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São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 2003

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Telefonemas dão a dimensão da tragédia

DA REDAÇÃO

O odor forte de plástico queimado, os rolos de fumaça e o calor que saíam da estação de metrô 12 horas após o início do incêndio davam uma idéia do horror vivido pelas cerca de 400 pessoas que estavam no local no momento da tragédia.
Do lado de fora, centenas de pessoas aguardavam notícias de parentes ou amigos desaparecidos. Alguns relatavam conversas mantidas por celular com vítimas do incêndio criminoso.
Kim Bok-sun, 45, disse que sua filha, Kang Yeon-ju, 21, estava no trem e telefonou às 9h57. "Ela disse apenas que havia fogo e que a porta do trem não estava abrindo. Eu disse para ela quebrar a janela e sair", contou, com a voz trêmula. Minutos depois, ela tentou ligar para a filha, mas não houve resposta.
Chung Sook-jae, 54, também procurava a filha, Min Shim-eun, 26, que ligou para o marido para dizer que estava sem ar. Em seguida, a chamada caiu.
"Ela era uma boa moça. Por que isso tinha de acontecer com ela? Se não conseguiu sair, agora está morta. O que vou fazer se seu corpo não puder ser reconhecido?", disse.
Um funcionário de uma companhia de telefones disse que a empresa estava tentando determinar de onde foram emitidos os últimos sinais de celulares de pessoas desaparecidas.
"Temos recebido pedidos de familiares que querem saber exatamente de onde vieram os últimos sinais de eventuais vítimas", disse. "Mais ou menos a metade recebeu a informação de que o último sinal foi detectado a alguns metros abaixo de onde estamos agora."
Três pisos abaixo, o fogo quebrou todos os vidros e retorceu a estrutura de metal dos 12 vagões atingidos pelas chamas. Corpos calcinados e cinzas cobriam o chão.
"É impossível reconhecer os mortos que estão dentro dos vagões", disse um bombeiro. As identidades de boa parte das vítimas terão de ser determinadas por meio de exames de DNA.
"Sempre pensei que Daegu fosse um lugar seguro para viver. Minha opinião sobre a minha cidade nunca mais será a mesma", disse o estudante Yang Seung-yop.


Com agências internacionais


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