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Telefonemas
dão a dimensão
da tragédia
DA REDAÇÃO
O odor forte de plástico
queimado, os rolos de fumaça e o calor que saíam da estação de metrô 12 horas após
o início do incêndio davam
uma idéia do horror vivido
pelas cerca de 400 pessoas
que estavam no local no momento da tragédia.
Do lado de fora, centenas
de pessoas aguardavam notícias de parentes ou amigos
desaparecidos. Alguns relatavam conversas mantidas
por celular com vítimas do
incêndio criminoso.
Kim Bok-sun, 45, disse que
sua filha, Kang Yeon-ju, 21,
estava no trem e telefonou às
9h57. "Ela disse apenas que
havia fogo e que a porta do
trem não estava abrindo. Eu
disse para ela quebrar a janela e sair", contou, com a voz
trêmula. Minutos depois, ela
tentou ligar para a filha, mas
não houve resposta.
Chung Sook-jae, 54, também procurava a filha, Min
Shim-eun, 26, que ligou para
o marido para dizer que estava sem ar. Em seguida, a
chamada caiu.
"Ela era uma boa moça.
Por que isso tinha de acontecer com ela? Se não conseguiu sair, agora está morta.
O que vou fazer se seu corpo
não puder ser reconhecido?", disse.
Um funcionário de uma
companhia de telefones disse que a empresa estava tentando determinar de onde
foram emitidos os últimos
sinais de celulares de pessoas
desaparecidas.
"Temos recebido pedidos
de familiares que querem saber exatamente de onde vieram os últimos sinais de
eventuais vítimas", disse.
"Mais ou menos a metade
recebeu a informação de que
o último sinal foi detectado a
alguns metros abaixo de onde estamos agora."
Três pisos abaixo, o fogo
quebrou todos os vidros e
retorceu a estrutura de metal
dos 12 vagões atingidos pelas
chamas. Corpos calcinados e
cinzas cobriam o chão.
"É impossível reconhecer
os mortos que estão dentro
dos vagões", disse um bombeiro. As identidades de boa
parte das vítimas terão de ser
determinadas por meio de
exames de DNA.
"Sempre pensei que Daegu
fosse um lugar seguro para
viver. Minha opinião sobre a
minha cidade nunca mais
será a mesma", disse o estudante Yang Seung-yop.
Com agências internacionais
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