São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

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Público mostra estar mais bem-informado

DE WASHINGTON

Indagados há um mês numa pesquisa encomendada pela rede de notícias CNN se eram a favor de uma intervenção militar no Irã, 68% dos ouvidos nos EUA disseram "não". Levantamento semelhante feito há poucos dias a pedido do canal CBS encontrou resultados parecidos. Instados a escolher "ação militar já", "diplomacia já" ou "não representa uma ameaça", apenas 21% optaram pela primeira, ante 57% pela segunda e 14% pela terceira.
A população norte-americana parece mais bem-informada sobre a questão iraniana do que em relação ao Iraque sob Saddam Hussein, em 2002 e 2003, quando as provas apresentadas pelo governo Bush foram aceitas como legítimas.
Parte do ceticismo tem a ver com relatórios independentes recentemente divulgados e o julgamento de I. Lewis Libby, que desde o dia 16 de janeiro examina se o ex-assessor da Casa Branca e ex-chefe de gabinete do vice-presidente Dick Cheney obstruiu ou não as investigações sobre quem vazou a identidade secreta de uma agente da CIA.
Nos testemunhos, jornalistas e ex-assessores da Casa Branca vêm tornando públicas suas versões sobre como inteligência era criada ou como estudos que rebatessem a tese da ligação de Saddam com a rede terrorista Al Qaeda ou de sua iminência de ter armas atômicas (mesma acusação que a Casa Branca faz agora a Teerã) eram simplesmente ignorados.
Quanto aos relatórios, o mais importante é o do inspetor geral do Departamento da Defesa, divulgado no dia 9 último, que afirma que o ex-conselheiro político Douglas Feith e o Pentágono, onde ele trabalhava, seguiram uma série de raciocínios considerados "inadequados" para concluir que havia laço entre a Al Qaeda e o Iraque.
O outro são as Estimativas Nacionais de Inteligência, sobre a situação atual do Iraque. Preparado pelo Conselho Nacional de Inteligência dos Estados Unidos a partir de consulta com analistas de quase duas dezenas de agências de inteligência do país, afirma: "Não é provável que o Irã venha a ser um dos maiores causadores de violência no Iraque". (SD)


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