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Público mostra estar mais bem-informado
DE WASHINGTON
Indagados há um mês numa
pesquisa encomendada pela rede de notícias CNN se eram a
favor de uma intervenção militar no Irã, 68% dos ouvidos nos
EUA disseram "não". Levantamento semelhante feito há
poucos dias a pedido do canal
CBS encontrou resultados parecidos. Instados a escolher
"ação militar já", "diplomacia
já" ou "não representa uma
ameaça", apenas 21% optaram
pela primeira, ante 57% pela
segunda e 14% pela terceira.
A população norte-americana parece mais bem-informada
sobre a questão iraniana do que
em relação ao Iraque sob Saddam Hussein, em 2002 e 2003,
quando as provas apresentadas
pelo governo Bush foram aceitas como legítimas.
Parte do ceticismo tem a ver
com relatórios independentes
recentemente divulgados e o
julgamento de I. Lewis Libby,
que desde o dia 16 de janeiro
examina se o ex-assessor da Casa Branca e ex-chefe de gabinete do vice-presidente Dick Cheney obstruiu ou não as investigações sobre quem vazou a
identidade secreta de uma
agente da CIA.
Nos testemunhos, jornalistas
e ex-assessores da Casa Branca
vêm tornando públicas suas
versões sobre como inteligência era criada ou como estudos
que rebatessem a tese da ligação de Saddam com a rede terrorista Al Qaeda ou de sua iminência de ter armas atômicas
(mesma acusação que a Casa
Branca faz agora a Teerã) eram
simplesmente ignorados.
Quanto aos relatórios, o mais
importante é o do inspetor geral do Departamento da Defesa,
divulgado no dia 9 último, que
afirma que o ex-conselheiro
político Douglas Feith e o Pentágono, onde ele trabalhava, seguiram uma série de raciocínios considerados "inadequados" para concluir que havia laço entre a Al Qaeda e o Iraque.
O outro são as Estimativas
Nacionais de Inteligência, sobre a situação atual do Iraque.
Preparado pelo Conselho Nacional de Inteligência dos Estados Unidos a partir de consulta
com analistas de quase duas dezenas de agências de inteligência do país, afirma: "Não é provável que o Irã venha a ser um
dos maiores causadores de violência no Iraque".
(SD)
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