São Paulo, sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

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Obama e dalai-lama têm encontro privado, mas foto chega à web

China expressa "forte insatisfação" por encontro, e tibetano se diz feliz por receber "apoio" dos EUA

DA REDAÇÃO

Rejeitando alertas da China em momento de crescente tensão bilateral, o presidente dos EUA, Barack Obama, recebeu ontem, privadamente, o dalai-lama, o líder espiritual tibetano exilado desde a invasão da China no Tibete, em 1950.
O caráter privado do encontro indica disposição dos EUA de não afrontar abertamente a China, no momento em que os dois países enfrentam rusgas em sua relação bilateral e que Washington busca o apoio de Pequim para nova rodada de sanções contra o Irã no Conselho de Segurança da ONU.
Entretanto, uma imagem da reunião, feita pelo fotógrafo oficial de Obama, Pete Souza, foi posteriormente postada no "Flickr" (site de fotos) da Casa Branca, onde recebeu dezenas de comentários de internautas.
Em resposta, a Chancelaria chinesa expressou, em comunicado, "forte insatisfação e resoluta oposição" à visita do dalai-lama a Washington.
O encontro tem forte simbolismo porque foi precedido de expressos pedidos da China que Obama não recebesse o líder budista -que Pequim qualifica de terrorista e separatista-, sob pena de prejudicar as relações bilaterais.
Estas têm se deteriorado desde dezembro, em decorrência de fatores diversos, como divergências na cúpula climática de Copenhague, a suposta espionagem sofrida pelo Google na China, desacordos quanto à desvalorização do yuan (considerada pelos EUA prejudicial às relações comerciais entre os países) e da venda de armamentos americanos a Taiwan, que desagradou os chineses.
Os dois vencedores do Prêmio Nobel da Paz se reuniram ontem por pouco mais de uma hora, numa sala de reuniões privada. Em seguida, a Casa Branca comunicou "firme apoio à preservação da identidade religiosa e cultural do Tibete" e instou tanto o dalai-lama quanto o governo chinês a resolver suas diferenças por meio de negociações.
Já o dalai-lama disse estar muito feliz com a reunião, na qual foi discutida "a promoção dos valores humanos", e que sentiu "muito apoio" por parte do presidente americano.

Com agências internacionais



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