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Dubai acusa Mossad por morte de líder do Hamas
Chefe de polícia do emirado pede prisão de comandante do serviço secreto israelense
Interpol inclui 11 suspeitos
pelo assassinato em lista de
procurados; dois membros
do Fatah, rival do Hamas,
também são investigados
DE JERUSALÉM
O chefe da polícia de Dubai,
onde um comandante do grupo
palestino radical Hamas foi
morto em janeiro, está convencido de que o Mossad, o serviço
secreto israelense, está por trás
da execução.
Embora não haja provas de
envolvimento de Israel, o assassinato de Mahmoud al Mabhouh, acusado de arquitetar
centenas de atentados contra
israelenses, tem sido associado
ao país por exibir métodos usados pelo Mossad no passado
para atingir seus alvos.
"Nossas investigações revelam que o Mossad está envolvido no assassinato de Al Mabhouh", disse o comandante da
polícia de Dubai, Dahi Khalfan
Tamim. "É 99% [de certeza], se
não 100%."
No total, a polícia acredita
que até 18 pessoas participaram da operação para matar o
líder palestino.
Interpol
De acordo com imagens divulgadas pela polícia, 11 suspeitos pela morte de Mahmoud al
Mabhouh foram filmados por
câmeras de segurança em Dubai. A polícia local exibiu uma
reconstituição minuciosa da
ação dos agentes, que usavam
perucas, óculos e bigodes postiços, entre outros disfarces.
Os 11 suspeitos filmados pelas câmeras de segurança portavam passaportes europeus
falsificados. Sete dos documentos são de cidadãos de dupla nacionalidade israelense-europeia que tiveram o passaporte
adulterado.
A Interpol colocou ontem os
11 em sua lista de procurados.
Para tornar a investigação ainda mais nebulosa, dois palestinos pertencentes ao Fatah,
grupo rival do Hamas, estão
presos em Dubai por envolvimento no assassinato.
O uso de passaportes europeus pelos agentes causou mal-estar entre os países envolvidos
-Reino Unido, França, Irlanda
e Alemanha-, que pediram explicações a respeito do caso ao
governo israelense.
Em Londres, Dublin e Berlim, os embaixadores de Israel
foram chamados.
O governo britânico abriu
uma investigação para saber
como seis passaportes do país
foram adulterados para a operação de assassinato.
Os nomes divulgados pela
polícia são de britânicos que
emigraram para Israel e que
aparentemente tiveram suas
identidades roubadas.
Na única reação de Israel sobre o incidente até agora, o
chanceler Avigdor Liberman
não negou nem confirmou o
envolvimento do país, dizendo
que não via motivos para mudar a "política de ambiguidade"
adotada em casos semelhantes
no passado.
(MARCELO NINIO)
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