São Paulo, sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

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Dubai acusa Mossad por morte de líder do Hamas

Chefe de polícia do emirado pede prisão de comandante do serviço secreto israelense

Interpol inclui 11 suspeitos pelo assassinato em lista de procurados; dois membros do Fatah, rival do Hamas, também são investigados


DE JERUSALÉM

O chefe da polícia de Dubai, onde um comandante do grupo palestino radical Hamas foi morto em janeiro, está convencido de que o Mossad, o serviço secreto israelense, está por trás da execução.
Embora não haja provas de envolvimento de Israel, o assassinato de Mahmoud al Mabhouh, acusado de arquitetar centenas de atentados contra israelenses, tem sido associado ao país por exibir métodos usados pelo Mossad no passado para atingir seus alvos.
"Nossas investigações revelam que o Mossad está envolvido no assassinato de Al Mabhouh", disse o comandante da polícia de Dubai, Dahi Khalfan Tamim. "É 99% [de certeza], se não 100%."
No total, a polícia acredita que até 18 pessoas participaram da operação para matar o líder palestino.

Interpol
De acordo com imagens divulgadas pela polícia, 11 suspeitos pela morte de Mahmoud al Mabhouh foram filmados por câmeras de segurança em Dubai. A polícia local exibiu uma reconstituição minuciosa da ação dos agentes, que usavam perucas, óculos e bigodes postiços, entre outros disfarces.
Os 11 suspeitos filmados pelas câmeras de segurança portavam passaportes europeus falsificados. Sete dos documentos são de cidadãos de dupla nacionalidade israelense-europeia que tiveram o passaporte adulterado.
A Interpol colocou ontem os 11 em sua lista de procurados. Para tornar a investigação ainda mais nebulosa, dois palestinos pertencentes ao Fatah, grupo rival do Hamas, estão presos em Dubai por envolvimento no assassinato.
O uso de passaportes europeus pelos agentes causou mal-estar entre os países envolvidos -Reino Unido, França, Irlanda e Alemanha-, que pediram explicações a respeito do caso ao governo israelense.
Em Londres, Dublin e Berlim, os embaixadores de Israel foram chamados.
O governo britânico abriu uma investigação para saber como seis passaportes do país foram adulterados para a operação de assassinato.
Os nomes divulgados pela polícia são de britânicos que emigraram para Israel e que aparentemente tiveram suas identidades roubadas.
Na única reação de Israel sobre o incidente até agora, o chanceler Avigdor Liberman não negou nem confirmou o envolvimento do país, dizendo que não via motivos para mudar a "política de ambiguidade" adotada em casos semelhantes no passado.
(MARCELO NINIO)


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