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São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 2003

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CS da ONU ouve hoje relatório de Blix; sete chanceleres devem ir

DA REUTERS

Chanceleres de pelo menos sete países devem comparecer hoje a uma reunião do Conselho de Segurança para ouvir o chefe dos inspetores da ONU, o sueco Hans Blix, listar o que o Iraque precisa fazer para provar que se desarmou, apesar de os inspetores da entidade já terem deixado o país.
O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, não deve ir à reunião, mas os principais opositores da abordagem americana e britânica sobre a questão iraquiana -os chanceleres Dominique de Villepin, da França, Igor Ivanov, da Rússia, Joshcka Fisher, da Alemanha, e Farouq al Shara, da Síria- devem comparecer ao encontro em Nova York.
Segundo Fred Eckhard, porta-voz da ONU, pelo menos sete ministros das Relações Exteriores são esperados na reunião.
Blix deve apresentar a eles as "tarefas-chave de desarmamento remanescentes", de acordo com uma resolução que exige um programa de trabalho a ser cumprido pelo Iraque. O relatório de 83 páginas foi distribuído aos membros do CS anteontem.
O chefe dos inspetores afirmou que Bagdá conhece a tecnologia para produzir armas químicas, porém disse ser "improvável" que as use por causa da opinião pública internacional. "Há uma quantidade razoável de ceticismo em relação a uma ação armada. Esse ceticismo rapidamente se inverteria se [o Iraque] usasse armas químicas ou biológicas."
O embaixador da Alemanha na ONU, Gunter Pleuger, cujo país se opõe a uma guerra contra o Iraque, afirmou que o programa de trabalho deveria ser endossado pelo Conselho, conforme exige a resolução 1284 (1999), apesar de um provável ataque ao país liderado pelos EUA. "O sistema ainda está aí e pode ser usado de novo, depois do que acontecer nos próximos dias", disse Pleuger.
Richard Grenell, porta-voz do embaixador dos EUA na ONU, John Negroponte, disse que realizar a reunião equivalia a querer "arrumar as cadeiras no Titanic".
O novo relatório de Blix é uma versão condensada de um documento sobre questões ainda não resolvidas distribuído na semana passada, no qual criticou o Iraque por não ter declarado um avião não tripulado, mas disse que sua equipe ainda tinha de determinar a legalidade do equipamento. Ele também questionou a alegação do Iraque de que destruiu 21 mil litros de agentes biológicos, incluindo o antraz, há 12 anos.


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