São Paulo, sábado, 19 de março de 2011

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Embaixador afirma que isolamento de 20 km é suficiente

Segundo Marcos Galvão, análises técnicas feitas pelo Brasil amparam decisão de seguir orientação do Japão

Embaixada diz que esforço agora é levar brasileiros vítimas do tsunami a alojamentos contratados pelo país

FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A TÓQUIO


O embaixador brasileiro em Tóquio, Marcos Galvão, afirma que as informações dadas pelo governo japonês e avaliações feitas no Brasil mostram que o acidente nuclear em Fukushima só representa uma ameaça dentro da faixa de isolamento de 20 km criada por Tóquio.
Ao contrário de países como EUA, Alemanha e China, o Brasil tem seguido as orientações do Japão e não trabalha com um plano de retirada de cidadãos do país.
A representação brasileira tampouco cogita deixar Tóquio, diferentemente de algumas embaixadas que se transferiram para o sul.

 

Folha - Países como EUA e China avaliam que a faixa de isolamento de 20 km definida pelo Japão deveria ser maior. Por que o Brasil segue a orientação de Tóquio?
Marcos Galvão
- Não é só o Brasil que está fazendo isso. A maioria dos países que tem representações diplomáticas no Japão está seguindo as orientações do governo. É normal que se sigam as orientações do país, que tem um universo de informação mais completo.
Mas essa posição no caso específico de Fukushima é também amparada por avaliações técnicas. Todas as avaliações tecnico-científicas de que a embaixada tem conhecimento consideram suficiente o raio de isolamento de 20 km e de medidas prudenciais de 30 km.

A maioria dos brasileiros fica longe da usina. Qual é a orientação às comunidades?
A orientação tem sido no sentido de que acompanhe as informações prestadas pelas autoridades japonesas e, sobretudo, que sigam as orientações das autoridades. É uma situação dinâmica, que estamos monitorando permanentemente. Quando há mudanças nas circunstâncias, a embaixada e consulados-gerais do Brasil no Japão mantêm a comunidade brasileira informada por meio dos seus sites.
Quanto à comunidade brasileira nas áreas afetadas pelo tsunami, os esforços se concentraram primeiro no contato com essas pessoas e na contribuição para que fizessem contato com suas famílias no Brasil.
Agora, nossos esforços se concentram em ir buscar e transferir para locais não atingidos pelo tsunami quem que têm manifestado o desejo de apoio para se mover a alojamentos contratados pelo governo brasileiro.

O Japão tem sido criticado pela forma como tem divulgado informações sobre Fukushima. Como tem sido a comunicação com a embaixada?
Com relação às embaixadas, o governo japonês tem mantido uma comunicação permanente. O Ministério dos Negócios Estrangeiros tem realizado briefings diários, às 17h, em que informa sobre a situação na usina.
Além disso, nós somos informados pelos nossos próprios técnicos.
A Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear) tem analisado os dados de radiação, as informações sobre a evolução dos acontecimentos na usina, os esforços de superação da situação e nos tem enviado as avaliações.


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