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Jordânia acusa o Hamas de infiltrar armas
DA REDAÇÃO
A Jordânia cancelou ontem a visita que o ministro das Relações
Exteriores palestino faria ao país,
após acusar o grupo terrorista
Hamas de contrabandear armas e
explosivos para o seu território.
O cancelamento é o segundo
golpe sofrido pelo chanceler palestino, Mahmoud Zahar, nos últimos dias. Na sexta-feira Zahar
foi ao Cairo, mas não conseguiu
reunir-se com o chanceler egípcio, que alegou estar "ocupado".
O porta-voz do governo jordaniano, Nasser Judeh, disse que a
visita de Zahar, que estava planejada para hoje, havia sido suspensa "até segunda ordem". Judeh
disse à agência de notícias Associated Press que "mísseis, explosivos e armas automáticas foram
interceptados nos últimos dias".
Membros do Hamas, segundo o
porta-voz, conseguiram infiltrar
"armas perigosas no país e armazená-las".
Líder radical
O chanceler Mahmoud Zahar é
o mais destacado líder do Hamas
na faixa de Gaza e um dos mais radicais do grupo terrorista, defendendo com freqüência a continuação dos ataques contra Israel e
o não reconhecimento do direito
de existência do Estado judeu.
Em um comunicado enviado à
agência de notícias oficial da Jordânia, Petra, Judeh disse que os
serviços de segurança do país haviam detectado ativistas do Hamas "explorando vários potenciais alvos vitais" na capital, Amã,
e em outras cidades do país. O
porta-voz jordaniano não deu detalhes dos alvos citados.
O governo da Jordânia tem
acordo de paz com Israel desde
1994 e mantém uma linha dura
contra os militantes radicais, tendo chegado a expulsar do país o
atual líder supremo do Hamas,
Khaled Meshal.
Após a vitória eleitoral que colocou o Hamas no poder palestino,
em janeiro, Jordânia e Egito
-que também têm relações diplomáticas com Israel- exortaram o grupo a aceitar o plano árabe, que prevê o reconhecimento
de Israel em troca da retirada total
dos territórios palestinos.
A grande quantidade de palestinos na Jordânia, que constituem
mais de metade da população do
país, já provocou problemas sérios no passado. O mais grave
ocorreu em 1970 e ficou conhecido como "Setembro Negro",
quando a monarquia do rei Hussein enfrentou o movimento nacionalista palestino comandado
por Yasser Arafat, que tentava
derrubá-lo e mantinha "um Estado dentro de um Estado". Estima-se que os dez dias do conflito tenham deixado até 5.000 mortos.
Forçada a sair da Jordânia, a Organização para Libertação da Palestina (OLP) de Arafat se instalaria no Líbano. O Setembro Negro
jordaniano batizaria a facção da
OLP responsável pelo atentado
nas Olimpíadas de Munique, em
1972, no qual 11 atletas israelenses
foram assassinados.
Com agências internacionais
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