|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Israel avança com assentamentos na Cisjordânia
DA REDAÇÃO
No mesmo dia em que a Casa
Branca voltou a pressionar Israel pelo fim dos assentamentos judaicos em território palestino, o governo israelense
anunciou ontem a abertura de
uma licitação para a construção
de casas em um terreno militar
na Cisjordânia.
Localizada 10 km ao sul da
tríplice fronteira entre Israel,
Jordânia e Cisjordânia, a área
conhecida como Maskiot abriga atualmente dez famílias instaladas em trailers. Elas moravam na faixa de Gaza e foram
deslocadas de lá quando Israel
se retirou da região, em 2005.
A colônia de Maskiot abrigará inicialmente 20 famílias judaicas, mas os planos preveem
uma rápida expansão.
Havia 26 anos que Israel não
construía novos assentamentos no norte da Cisjordânia.
O governo israelense alega
que a decisão de erguer casas
em Maskiot fora tomada no
ano passado. A licitação foi
aberta na semana passada, depois que as autoridades receberam parecer técnico favorável
do Ministério da Defesa.
Segundo a rádio israelense,
um grupo de empresários interessados visitou anteontem o
local das futuras obras.
O Conselho Regional do Rio
Jordão, órgão responsável pelas colônias judaicas na região,
afirma que a construção do assentamento é legal.
"É consenso entre partidos
sionistas que o vale do rio Jordão deve ficar sob controle israelense em caso de acordo diplomático", disse David Elhayani, chefe do conselho.
A medida, que contraria as
exigências a serem cumpridas
por Israel no âmbito da retomada das negociações de paz,
em 2007, foi criticada pela Autoridade Nacional Palestina.
"Lançar um projeto de nova
colônia no vale do Jordão no
momento em que o premiê israelense se reúne com Barack
Obama é um desafio flagrante
ao governo americano, pois demonstra a recusa de Israel em
parar com a colonização", afirmou um porta-voz da ANP. Ele
disse que a medida destruirá o
processo de paz.
Netanyahu, que assumiu em
março um gabinete sob forte
influência de siglas radicais, já
deixou claro que pretende seguir adiante com a política de
ampliação dos assentamentos.
O governo do centrista Ehud
Olmert, antecessor de Netanhayu, aprovara nos últimos
meses a construção de várias
edificações em Jerusalém
Oriental e colônias próximas à
cidade, que Israel não considera assentamentos, mas parte da
área urbana da cidade santa.
Cerca de 300 mil colonos israelenses vivem na Cisjordânia
-dois terços dos quais nos arredores de Jerusalém.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Líder supremo iraniano critica reformistas Índice
|