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GUERRA SEM LIMITES
Bush diz que EUA não ficarão "intimidados"; extremistas afirmam que "ato é para remediar fiéis"
Al Qaeda cumpre ameaça e degola americano
DA REDAÇÃO
Integrantes de um grupo ligado
à rede terrorista Al Qaeda decapitaram ontem na Arábia Saudita o
americano Paul Marshall Johnson
Jr. Os extremistas o haviam seqüestrado no último sábado e exigiam a libertação de presos para
poupar sua vida.
Fotos do corpo decapitado de
Johnson, 49, com uma roupa laranja -a mesma cor dos uniformes dos prisioneiros mantidos
pelos EUA em Guantánamo-
foram exibidas em sites.
A degola já foi usada por terroristas ligados à Al Qaeda contra
pelo menos dois outros americanos: o jornalista Daniel Pearl,
morto no Paquistão em 2002, e
Nicholas Berg, assassinado no
Iraque em maio. O corpo de Johnson foi encontrado pelas forças de
segurança sauditas em uma área
rural a 40 km da capital, Riad.
De acordo com autoridades,
três supostos extremistas ligados
ao crime foram assassinados durante confronto com a polícia no
centro de Riad. Eles seriam Abdulaziz al Muqrin, o líder da Al Qaeda no país, e dois outros importantes membros da organização.
"O assassinato de Paul mostra a
natureza malévola de nosso inimigo. Essas pessoas são selvagens
e o mataram a sangue frio. Isso
deve nos lembrar que precisamos
perseguir essas pessoas e submetê-las à Justiça antes que machuquem mais americanos. Eles estão
tentando nos fazer recuar do
mundo. A América não vai ser intimidada por esses criminosos extremistas. Deus abençoe Paul
Johnson", disse o presidente americano, George W. Bush.
"Fizemos tudo o que podíamos
para encontrá-lo. Lamentamos
profundamente que não tenha sido o suficiente", disse em Washington Adel al Jubeir, assessor
para relações exteriores do príncipe regente saudita, Abdullah.
O primeiro-ministro britânico,
Tony Blair, classificou a decapitação de "um ato de barbarismo". O
vice-presidente dos EUA, Dick
Cheney, afirmou que os terroristas "não têm vergonha, nem um
átomo de decência ou compaixão" e prometeu que os EUA "caçarão os assassinos, um a um, e os
destruirão". Na cidade natal de
Johnson, Little Egg Harbor (Nova
Jersey), parentes e amigos, que
haviam feito vigílias e manifestações pedindo sua libertação, reagiram com tristeza e revolta.
Pressão sobre estrangeiros
Johnson foi o terceiro americano morto em Riad nos últimos
dez dias. O país vem há mais de
um ano sofrendo diversos atentados. A onda de ataques -que aumentou nas últimas seis semanas,
em resposta ao fechamento de
cerco promovido pelo governo-
coloca mais pressão sobre os estrangeiros, vitais para a economia
do maior exportador de petróleo
do mundo, e sobre a família real
saudita. O líder da Al Qaeda, o
saudita Osama bin Laden, jurou
derrubar a família real devido à
sua aliança com os EUA.
Engenheiro, Johnson era funcionário da indústria aeronáutica
Lockheed Martin e havia mais de
uma década trabalhava na Arábia
Saudita. Ele fazia manutenção de
sistemas de alvo e visão noturna
empregados nos helicópteros militares de ataque Apache.
Em comunicado, a Al Qaeda
disse que Johnson foi morto por
causa "do que os muçulmanos sofreram com os aviões [sic] americanos Apache e seus foguetes".
"Esse ato é para remediar os corações dos fiéis na Palestina, no Afeganistão, no Iraque e na península
Arábica. Continuaremos a combater os inimigos de Deus. Esse
ato é uma vingança contra eles e
será uma lição", diz a nota.
"Infelizmente, nossa avaliação é
que há uma boa probabilidade de
os ataques continuarem", disse à
CNN Carol Kalin, porta-voz da
Embaixada dos EUA em Riad.
Com agências internacionais
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