|
Próximo Texto | Índice
Ocidente desbloqueia fundos palestinos
Americanos e União Européia prestigiam Abbas e o Fatah, derrotados pelo Hamas; Israel volta a exportar óleo a Gaza
Presidente palestino recebe ligações de Rice e Bush; UE se reúne em Luxemburgo e
reabre fluxo de dinheiro aos habitantes dos territórios
DA REDAÇÃO
Os Estados Unidos oficializaram ontem a suspensão do embargo político e econômico
contra a Autoridade Nacional
Palestina. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, telefonou ao presidente palestino, Mahmoud Abbas, e disse a ele que Washington "retomaria os programas de auxílio".
Pouco antes, Abbas havia
conversado, também por telefone, com George W. Bush. Disse a ele que estava disposto a
reiniciar as negociações de paz
com Israel, no que foi encorajado pelo presidente americano.
Bush recebe hoje, na Casa
Branca, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert.
Paralelamente, em Luxemburgo, os ministros do Exterior
dos 27 países da União Européia apoiaram formalmente
Abbas, reconheceram o independente Salam Fayyad, empossado domingo, como o único premiê palestino e, a exemplo dos Estados Unidos, mostraram-se dispostos a retomar
a ajuda financeira.
Esse conjunto de reações
amistosas já vinha se esboçando durante o fim de semana e
era esperado desde quinta-feira, quando, derrotados militarmente na faixa de Gaza pelo
grupo islâmico Hamas, Abbas e
seu partido, o Fatah, passaram
a ter poder só na Cisjordânia.
Quantificação imprecisa
Não há estimativas precisas
sobre a ajuda até agora embargada -os EUA haviam congelado suas relações com o Fatah,
em razão do governo de coalizão formado com o Hamas.
Mas ontem a secretária de
Estado citou os US$ 86 milhões
que a Casa Branca pediu ao
Congresso para as forças de segurança de Abbas e que poderão ser gastos em outros programas. Há também uma ajuda
adicional de US$ 40 milhões a
ser distribuída pelas agências
da ONU e que não excluirão os
palestinos de Gaza. "Eles não
serão abandonados por nós",
disse Condoleezza Rice.
Os europeus, que haviam
apenas diminuído o volume do
auxílio depois que o Hamas se
tornou em 2006 majoritário no
Parlamento palestino, não definiram ainda novas cifras. Benita Ferrero-Waldner, comissária européia encarregada da
questão, disse que discutiria o
assunto com o premiê Fayyad.
Em 2005 a ajuda anual européia foi de US$ 670 milhões.
A UE continuará a agir por
meio da ONU e evitará a entrega de dinheiro à burocracia palestina em Gaza, agora controlada pelo Hamas. Mas não tem
nisso uma meta rígida, como
ocorre com os Estados Unidos.
A Rússia não acredita que o isolamento do grupo islâmico seja
a política mais correta, disse
ontem em Moscou o chanceler
Serguei Lavrov.
Ao mesmo tempo, os ministros do Exterior da UE fizeram
um apelo a Tzipi Livni, chefe da
diplomacia israelense que estava ontem em Luxemburgo, para que desembargasse os US$
800 milhões retidos por Jerusalém em repasses fiscais. Trata-se da parcela palestina sobre
o imposto de valor agregado,
incidente sobre produtos e serviços que os palestinos consomem em Israel.
A chanceler israelense reiterou que seu país tem interesse
em fortalecer os palestinos moderados e que se encontraria
com os responsáveis locais para
discutir as modalidades técnicas da transferência.
Combustível israelense
A empresa petrolífera israelense Dor Alon anunciou ontem que retomou o fornecimento de gasolina para Gaza,
onde no domingo as filas nos
postos geraram pânico na população, que acreditava estar
diante de um "colapso humanitário", no qual faltariam até alimentos e eletricidade.
Israel havia afirmado não ter
determinado esse corte de fornecimento.
Ruth Sheetrit, porta-voz da
companhia, disse que as entregas ontem feitas tiveram a intermediação de militares israelenses. Em Gaza, Ismail Mahfouz, integrante do Hamas e
funcionário do Ministério das
Finanças palestino, disse que
"a questão está resolvida".
A Dor Alon fatura em Gaza
anualmente US$ 120 milhões.
Seu volume total de negócios é
de US$ 2 bilhões.
Analistas acreditam que o governo israelense tenha pressionado a empresa para não assumir a responsabilidade por
uma crise que, em última instância, fortaleceria politicamente o Hamas.
Com agências internacionais
Próximo Texto: Frases Índice
|