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perfil
Mousavi tem história dentro do sistema
DA REPORTAGEM LOCAL
No intervalo de alguns
meses, Mir Hossein Mousavi saiu do ostracismo para voltar ao cenário político e tornar-se um personagem central da geopolítica do Oriente Médio.
Mas o homem discreto por
trás do levante que estremece as bases da teocracia
iraniana está longe de ser
um liberal modernista no
sentido ocidental.
Mousavi, 67, tem o perfil
típico do establishment
político e religioso do Irã.
Filho de um comerciante,
ele foi um dos mais próximos assessores do aiatolá
Ruhollah Khomeini
(1902-1989), fundador da
República Islâmica, e sempre pregou lealdade aos
princípios da Revolução
Islâmica.
Mousavi ostenta até hoje as credenciais de revolucionário que ajudou a derrubar o pró-americano xá
Reza Pahlevi como antídoto às acusações de que serve aos interesses dos EUA.
Homem de confiança
dos altos clérigos, Mousavi
virou premiê em 1981, em
plena guerra contra as tropas invasoras do iraquiano
Saddam Hussein. Foi nesse contexto que ele alavancou o programa nuclear
iraniano, do qual é um dos
mais ardentes defensores.
Na questão atômica, a
única diferença em relação a Mahmoud Ahmadinejad é a defesa de uma
posição menos confrontativa com as potências.
O cargo de premiê foi
extinto em 1989, depois
que Mousavi deixou o governo para se dedicar à vida de artista plástico.
Os mais velhos lembram
de um gestor conservador
e competente, que evitou o
colapso da economia em
tempos de guerra. Mas boa
parte dos jovens só o descobriu em março, quando
ele entrou na corrida presidencial pelo campo reformista, com a promessa
de reverter a má gestão de
Ahmadinejad e restaurar a
imagem externa do Irã.
Para os céticos, Mousavi
é um herói por acaso.
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