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Contra Coreia do Norte, EUA posicionam defesa no Havaí
Secretário da Defesa diz que medida é precaução contra disparo de míssil balístico
Regime norte-coreano pode lançar artefato no começo de julho, diz jornal japonês; navio do país é monitorado sob nova resolução da ONU
DA REDAÇÃO
O secretário da Defesa dos
EUA, Robert Gates, disse ontem que está posicionando um
sistema antimísseis no Havaí
por precaução contra eventual
disparo de um míssil balístico
pela Coreia do Norte em direção ao Estado americano no
oceano Pacífico.
Gates disse que um sistema
móvel já foi enviado para a região, acompanhado de um radar antimísseis. Juntos, os
equipamentos são capazes de,
em tese, detectar e derrubar
um artefato norte-coreano.
Ontem, o "Yomiuri", principal jornal japonês, informou
que Pyongyang planeja disparar um míssil balístico com alcance de até 6.500 km (capaz
de atingir algumas ilhas marginais do arquipélago) por volta
do dia 4 de julho, aniversário da
independência dos EUA.
O jornal atribuiu a informação a uma análise do Ministério
da Defesa japonês e a dados obtidos por satélites americanos.
A informação não foi, no entanto, confirmada por Tóquio.
No final de maio, o regime do
ditador Kim Jong-il realizou o
segundo teste nuclear de sua
história, violando resolução da
ONU adotada quando da primeira detonação de um artefato atômico pelo país, em 2006.
Na semana passada, após o
disparo de uma série de mísseis
de curto alcance e de reiteradas
ameaças de adoção de "medidas defensivas" por Pyongyang,
o CS (Conselho de Segurança)
da ONU aprovou a terceira resolução contra o país.
O texto, aprovado inclusive
pelos tradicionais aliados norte-coreanos China e Rússia, endureceu medidas anteriormente adotadas, como embargo no
comércio de armas e fiscalização de embarcações suspeitas
de transportar armas ao país.
Um funcionário do governo
americano disse ontem, sob
anonimato, que um navio saído
de um porto norte-coreano, já
em águas internacionais, estava sendo monitorado já sob as
novas sanções da resolução.
O mais recente recrudescimento das relações entre a Coreia do Norte teve origem no
lançamento de um foguete por
Pyongyang no começo de abril,
que foi também condenado pela ONU. Em retaliação, o país
disse que retomaria o programa nuclear suspenso em 2007
após acordo com os EUA.
Especula-se ainda que os últimos acontecimentos estejam
ligados ao processo sucessório
de Kim, que, em frágil estado de
saúde, pode estar tentando
aplacar pressões da linha dura
do regime e garantir seu caçula,
Kim Jong-un, como sucessor.
Armas químicas
O centro de pesquisas ICG
(International Crisis Group)
disse ontem que o estoque de
armas químicas da Coreia do
Norte representa um perigo à
região tão grande quanto o seu
programa nuclear. Para o ICG,
o país tem entre 2.500 e 5.000
toneladas de armas do tipo.
Segundo o centro de pesquisas, o estoque norte-coreano,
se transportado por mísseis balísticos ou por artilharia de longo alcance, é "suficiente para
causar grande número de mortes de civis na Coreia do Sul".
"Se for feito algum progresso
na contenção do programa nuclear de Pyongyang, poderia
haver oportunidade de também construir uma solução diplomática para as armas químicas e para um suposto programa de armas biológicas", diz.
Com agências internacionais
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