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Indeciso argentino tende à oposição, apontam analistas
Especialistas identificam cenário conturbado para o kirchnerismo a nove dias das eleições legislativas
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
A nove dias das eleições legislativas na Argentina, o voto dos
indecisos, decisivo para definir
o resultado na Província de
Buenos Aires, maior distrito
eleitoral do país, tende para a
oposição ao governo Cristina
Kirchner, afirmaram analistas
de opinião ouvidos pela Folha.
As pesquisas coincidem em
que há cerca de 20% de indecisos na Província, onde a lista de
candidatos do governo à Câmara é encabeçada pelo ex-presidente Néstor Kirchner e pelo
governador Daniel Scioli.
Aposta kirchnerista para
manter maioria no Congresso,
a chapa Kirchner-Scioli lidera a
maior parte das pesquisas, com
margem estreita sobre a frente
de peronistas dissidentes liderada pelo deputado federal
Francisco De Narváez.
"Três em cada quatro indecisos na Província dizem que seu
voto será opositor. A questão é
saber se votarão em De Narváez ou em outras opções", disse o analista Jorge Giacobbe,
para quem a eleição de 2009
marca o "fim do ciclo kirchnerista" na Argentina.
Ciente da consolidação do
voto governista, a oposição
concentra esforços em atrair os
indecisos. De Narváez, por
exemplo, estreou uma propaganda de TV em que pede a
união do voto opositor para impulsionar uma mudança -a
derrota de Kirchner. "À medida que os indecisos se definam,
a tendência é que venham para
nossa força política", disse ontem o empresário e candidato.
Em terceiro lugar nas pesquisas, a frente do radicalismo,
rival histórico do peronismo, se
vende como a "verdadeira oposição". Reitera a mensagem de
que a disputa entre De Narváez
e Kirchner é uma "interna peronista" e que os rivais acabarão se juntando no futuro.
"Há indecisos genuínos e outros decididos a votar pela oposição. O voto em Kirchner está
estabelecido", afirmou a analista Graciela Römer.
Para ela, que identifica " uma
liderança nacional debilitada",
o governo enfrenta pela primeira vez uma eleição em condição de fragilidade nos campos político, econômico e da
opinião pública.
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