São Paulo, sexta-feira, 19 de junho de 2009

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Indeciso argentino tende à oposição, apontam analistas

Especialistas identificam cenário conturbado para o kirchnerismo a nove dias das eleições legislativas

THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

A nove dias das eleições legislativas na Argentina, o voto dos indecisos, decisivo para definir o resultado na Província de Buenos Aires, maior distrito eleitoral do país, tende para a oposição ao governo Cristina Kirchner, afirmaram analistas de opinião ouvidos pela Folha.
As pesquisas coincidem em que há cerca de 20% de indecisos na Província, onde a lista de candidatos do governo à Câmara é encabeçada pelo ex-presidente Néstor Kirchner e pelo governador Daniel Scioli.
Aposta kirchnerista para manter maioria no Congresso, a chapa Kirchner-Scioli lidera a maior parte das pesquisas, com margem estreita sobre a frente de peronistas dissidentes liderada pelo deputado federal Francisco De Narváez.
"Três em cada quatro indecisos na Província dizem que seu voto será opositor. A questão é saber se votarão em De Narváez ou em outras opções", disse o analista Jorge Giacobbe, para quem a eleição de 2009 marca o "fim do ciclo kirchnerista" na Argentina.
Ciente da consolidação do voto governista, a oposição concentra esforços em atrair os indecisos. De Narváez, por exemplo, estreou uma propaganda de TV em que pede a união do voto opositor para impulsionar uma mudança -a derrota de Kirchner. "À medida que os indecisos se definam, a tendência é que venham para nossa força política", disse ontem o empresário e candidato.
Em terceiro lugar nas pesquisas, a frente do radicalismo, rival histórico do peronismo, se vende como a "verdadeira oposição". Reitera a mensagem de que a disputa entre De Narváez e Kirchner é uma "interna peronista" e que os rivais acabarão se juntando no futuro.
"Há indecisos genuínos e outros decididos a votar pela oposição. O voto em Kirchner está estabelecido", afirmou a analista Graciela Römer.
Para ela, que identifica " uma liderança nacional debilitada", o governo enfrenta pela primeira vez uma eleição em condição de fragilidade nos campos político, econômico e da opinião pública.


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