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IRAQUE SOB TUTELA
Alvo seriam guerrilheiros ligados a Zarqawi; segundo Washington, governo interino autorizou ação
Ataque americano mata 12 em Fallujah
DA REDAÇÃO
Um ataque aéreo dos EUA lançado ontem contra supostos
guerrilheiros leais a Abu Musab
Zarqawi [suposto líder da Al Qaeda no Iraque] matou pelo menos
12 pessoas na cidade de Fallujah.
De acordo com alguns relatos, os
mortos passam de 14.
Segundo o médico Ahmed Ghanem, um dos que prestaram atendimento no local, havia mulheres
e crianças entre as vítimas.
Um comunicado divulgado pelas Forças Armadas dos EUA afirma que o governo interino do Iraque autorizou um "ataque contra
uma conhecida posição terrorista
de combate no sul de Fallujah".
"A questão é que não realizamos o ataque sozinhos", disse o
vice-secretário de Estado, Richard
Armitage, em um conferência de
imprensa conjunta com o chanceler iraquiano, Hoshiyar Zebari.
Armitage -que é a autoridade
mais graduada dos EUA a visitar
o país desde a passagem de poder
ao governo interino, no fim de junho- afirmou ter discutido com
o premiê interino, Iyad Allawi, o
problema da segurança no país.
Uma questão-chave durante a
passagem de poder foi justamente
qual a posição que tomaria o novo
governo com relação a ataques
como o de ontem.
Várias vezes ao longo dos últimos meses, militares dos EUA
lançaram ataques aéreos contra
alvos em Fallujah, que, segundo
os EUA, seriam casas que abrigavam militantes leais ao jordaniano Zarqawi. O terrorista é suspeito de planejar uma série de ataques no Iraque.
O Exército dos EUA anunciou
ter detido, na sexta-feira, um ex-general da Guarda Republicana, a
força de elite de Saddam Hussein,
em Tikrit. Sufian Maher Hasan é
"suspeito de haver preparado e financiado ataques contra o povo
iraquiano, as forças de segurança
iraquianas e a coalizão". Também
em Tikrit, dois policiais morreram e nove ficaram feridos quando dois carros-bomba explodiram quase simultaneamente.
A cidade de Tikrit se situa no
centro do Triângulo Sunita, região em que se concentram os
atos de uma insurgência constituída por partidários de Saddam e
extremistas islâmicos.
O governo interino do Iraque
permitiu a reabertura do jornal
semanal "Al Hawza", porta-voz
do clérigo radical xiita Moqtada al
Sadr. O "Al Hawza" havia sido
proibido de circular por decisão
de Paul Bremer, ex-chefe da Autoridade Provisória da Coalizão,
que o acusava de incitar a violência. À época, a decisão de Bremer
provocou protestos e sublevação
armada em cidades xiitas.
O governo das Filipinas anunciou que os últimos membros de
seu contingente de 51 homens,
presente desde setembro de 2003
no Iraque, irão deixar o país hoje.
Manila tenta, dessa forma, obter a
liberação de um filipino que foi
seqüestrado. Segundo uma fonte
do governo, os seqüestradores estariam dispostos a libertá-lo desde que o contingente filipino se
retire rapidamente do país.
O Iraque anunciou ontem que
irá indicar embaixadores para 43
países na tentativa de normalizar
a relação com as outras nações.
Boa parte deles será enviada aos
países árabes vizinhos. As relações com o Kuait e a Arábia Saudita foram cortadas depois que o
Iraque invadiu o Kuait, em 1990,
mas o chanceler Zebari afirmou
ter esperanças de reatar os laços
diplomáticos em breve.
Ontem o grupo de Zarqawi assumiu a responsabilidade pelos
dois ataques suicidas ocorridos
no sábado, incluindo um que tinha como alvo o ministro da Justiça iraquiano.
Um site islâmico postou ontem
uma declaração, atribuída ao grupo de Zarqawi, oferecendo uma
recompensa de US$ 280 mil a
quem matar o premiê Allawi.
Na semana passada, os EUA haviam elevado de US$ 10 milhões
para US$ 25 milhões o prêmio para quem fornecer informações
que levem à prisão de Zarqawi.
Com agências internacionais
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