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GUERRA NO ORIENTE MÉDIO
ONU faz apelo à Europa por tropas
Vice-secretário-geral diz que contribuição européia vai contrabalançar a participação de países muçulmanos
Indonésia, Bangladesh e Malásia fazem as maiores ofertas; para Israel, atuação de nações com quem não tem relações é impensável
DA REDAÇÃO
A ONU fez um apelo ontem
para que os países europeus
contribuam com tropas para a
força de paz no Líbano para
contrabalançar as ofertas feitas
por nações muçulmanas.
Os três maiores contingentes
foram oferecidos por Bangladesh (2.000 soldados), Indonésia e Malásia (1.000 soldados
cada). Israel, porém, se opõe à
participação de países com
quem não tenha relações diplomáticas, como é o caso dos três.
"É muito importante que a
Europa agora se ofereça", disse
o vice-secretário-geral da ONU,
Mark Malloch Brown, após
reunião com 49 potenciais contribuintes.
"Queremos que essa força tenha um caráter multinacional e
multilateral para que goze da
confiança dos dois lados. O apelo particular que faço é que a
Europa entre com tropas nessa
primeira leva", disse.
A ONU espera enviar uma
primeira leva de 3.500 soldados
até 27 de agosto. De acordo com
a resolução do Conselho de Segurança, a força deve ser composta por até 15.000 homens.
Ontem, o governo italiano
aprovou envio de tropas para o
Líbano, mas não falou de números específicos -segundo
fontes do governo, seriam
3.000 soldados. O ministro da
Defesa italiano, Arturo Parisi,
disse que o tamanho do contingente vai depender da contribuição dos demais países.
Já a Finlândia decidiu mandar até 250 capacetes azuis,
mas só a partir de novembro.
"Impensável"
"A resolução deixa claro que
a força [de paz] tem de ser acordada com o Líbano e com Israel. Essa é uma força que a
ONU pode compor, mas não
impor", disse o embaixador de
Israel na ONU, Dan Gillerman.
O vice-secretário-geral havia
dito que a "palavra final" sobre
a composição da força seria da
ONU.
"Israel não está descartando
ninguém e não está vetando
países árabes e muçulmanos.
Ao contrário, sua participação
seria bem-vinda", disse Gillerman. "Mas a participação de
países que sejam hostis a Israel
ou não reconheçam o direito de
Israel de existir é impensável."
Esperava-se que a França,
que comanda a atual força de
2.000 homens conhecida como
Unifil, fizesse uma contribuição significativa à nova força.
Mas o presidente Jacques Chirac desapontou a ONU ao
anunciar que a participação da
França seria de apenas 200 homens.
A ministra da Defesa francesa, Michele Alliot-Marie, justificou a decisão lembrando "a
experiência de operações dolorosas em que as forças da ONU
não tinham uma missão suficientemente precisa ou meios
para reagir".
"A França disse que enviaria
alguns soldados. Esperamos
que envie mais", disse o presidente George W. Bush. Os EUA
irão contribuir com apoio logístico à força.
Ajuda para reconstrução
Ontem, o Hizbollah começou
a distribuir US$ 12 mil para cada libanês que teve sua casa danificada ou destruída pelos
bombardeios israelenses. Estima-se que 15 mil residências
tenham sido atingidas durante
os ataques. Segundo um membro do Hizbollah, 900 pessoas
tinham recebido a compensação até ontem. Do total, US$ 8
mil são para a compra de móveis e US$ 4 mil representam
um ano de aluguel.
O chefe do Conselho para o
Desenvolvimento e a Reconstrução do Líbano, Al Fadl Shalaq, disse que a guerra provocou prejuízos da ordem de US$
3,6 bilhões. "Você pode comparar esses prejuízos com as perdas que o Líbano sofreu durante 17 anos [de guerra civil]."
Com agências internacionais
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