São Paulo, sexta-feira, 19 de agosto de 2011

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Sistema monetário internacional favorece bolhas, diz economista

JULIANA ROCHA
DE SÃO PAULO

O sistema monetário internacional vive um ciclo que leva a bolhas e crises econômicas globais.
Essa é a opinião de Robert Baur, economista-chefe da Principal Global Investors, braço de gestão de recursos da Principal Financial Group.
A empresa americana de produtos e serviços financeiros administra US$ 335,8 bilhões em ativos.
Veja os principais trechos de sua entrevista à Folha.

 

Folha - O que explica o comportamento dos mercados?
Robert Baur -
Foi uma soma de fatores. O segundo resgate à Grécia não será suficiente para tirar o país da crise.
O resultado do PIB americano foi um choque de tão fraco. O acordo de aumento do teto da dívida foi decepcionante. E teve o rebaixamento da nota da dívida dos EUA.
Além disso, houve um momento em que os investidores decidiram vender seus ativos, o que acentuou as quedas. Tudo isso levou a uma situação de pânico.

Quais são os atuais riscos para a economia mundial?
Vivemos um Bretton Woods 2 [conferência que criou sistema de câmbio fixo, em 1944], com o dólar como referência. Os emergentes imprimem dinheiro e compram dólares para manter suas moedas desvalorizadas. Com isso, geram inflação. O dólar comprado é investido em títulos americanos, o que ajuda a manter os juros perto de zero. Esse círculo cria bolhas e crises.

Como?
Os juros americanos, que são uma referência, estão distorcidos por esse sistema. Portanto, os juros do mundo inteiro são distorcidos.
Mas os investidores buscam retorno desesperadament e, aí, as bolhas são criadas. E juros tão baixos estimulam o endividamento americano.

O senhor acredita em recessão americana?
No cenário mais provável, os EUA terão crescimento lento nos próximos dois ou três trimestres, em torno de 2%. O cenário mais pessimista é de baixo crescimento, de 1% ou menos, com chances de recessão. As chances disso acontecer são de 40%.

E na Europa?
São maiores que nos EUA. O resultado do PIB alemão no segundo trimestre foi preocupante, mas o país ainda tem exportações e produção muito fortes.


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