São Paulo, quarta, 19 de agosto de 1998

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PROMESSA CUMPRIDA
Cubas comuta a pena de padrinho político
Presidente paraguaio liberta Lino Oviedo

das agências internacionais

O recém-empossado presidente do Paraguai, Raúl Cubas Grau, libertou ontem o general da reserva Lino Oviedo, que havia sido condenado a dez anos de prisão por tentativa de golpe militar contra o ex-presidente Juan Carlos Wasmosy, em abril de 1996.
Em uma entrevista coletiva, o ministro da Justiça e do Trabalho, Angel Campos, anunciou que o presidente assinou um decreto comutando a pena imposta a Oviedo, em abril, por um tribunal militar extraordinário.
No início da noite de ontem, Lino Oviedo deixou sua cela, na Primeira Divisão da Infantaria, e saiu às ruas de Assunção em meio à comemoração de milhares de simpatizantes, que seguiram em passeata até a sede da União Nacional dos Colorados Éticos. Além da liberdade, Oviedo teve restituído seus direitos civis e políticos.
Cubas herdou a candidatura do Partido Colorado à Presidência apenas 23 dias antes das eleições de maio último, após a condenação de Oviedo -seu mentor político, que era favorito nas pesquisas para suceder Wasmosy. Durante a campanha eleitoral, ele prometia libertar o ex-general assim que assumisse o poder.
O julgamento de Oviedo, costumava afirmar Cubas, foi inconstitucional e de motivação política. Ontem, antes de decretar a comutação da pena, o presidente paraguaio ordenou a criação de um novo tribunal militar e pediu a este que transferisse o processo de Oviedo à Suprema Corte.
Além de Oviedo, o coronel José Manuel Bóbeda, sentenciado a três anos de prisão em circunstâncias semelhantes, também foi beneficiado pelo decreto de Cubas.



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