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Zapatero subsidia aluguel para quem mora com pais
Projeto anunciado pelo governo espanhol também estimula a construção civil
Texto prevê auxílio mensal
de R$ 548, por quatro anos,
a jovens com mais de 22 e
menos de 30 anos; governo
ainda subsidiará poupança
DA REDAÇÃO
O governo espanhol anunciou ontem um plano de subsidiar o aluguel de jovens assalariados dispostos a deixar de
morar com seus pais. Pelo projeto, trabalhadores com idade
entre 22 e 30 anos receberiam
durante quatro anos uma ajuda
mensal de 210 (R$ 548). O
mecanismo deverá beneficiar o
setor da construção civil.
A iniciativa do primeiro-ministro socialista José Luis Rodriguez Zapatero também é
vista como uma forma de assegurar o apoio do eleitorado
mais jovem nas eleições legislativas de março próximo.
Os que quiserem se beneficiar da medida devem ter morado na Espanha nos últimos
quatro anos e precisam estar
fechando seu primeiro contrato como inquilinos.
Poupança especial
Zapatero também disse que o
governo entraria com 600
(R$ 1.560) para as cadernetas
de poupança dos trabalhadores
mais jovens, destinadas à aquisição da casa própria, e que
permitiria que parte das despesas com aluguel fosse dedutível
do Imposto de Renda de quem
tem renda mais baixa.
Essa iniciativa gerará uma
renúncia fiscal de R$ 908 milhões, que se somarão ao R$ 1,1
bilhão nos subsídios aos aluguéis. O ministro das Finanças,
Pedro Solbes, havia criticado os
efeitos no déficit fiscal de recentes planos de Zapatero, como o de dar mesadas a famílias
que gerassem um bebê -uma
forma de reverter a queda na
fertilidade das mulheres espanholas- ou custear as despesas
odontológicas das crianças e
adolescentes de até 15 anos.
Para o Ministério da Habitação da Espanha, os jovens espanhóis são na União Européia
os que deixam mais tardiamente de morar com os pais, sobretudo por questões financeiras.
Economistas acreditam que
as medidas anunciadas pelo governo estimularão o mercado
imobiliário, com a construção
de novas moradias. Nos últimos dez anos, a Espanha construiu cerca de 800 mil casas e
apartamentos, de longe o
maior número da UE, e o setor
foi o vetor para o rápido crescimento da economia durante os
últimos 15 anos. Entre os 20
homens mais ricos da Espanha,
oito são empresários da construção civil.
Ainda anteontem as 14 principais empresas de construção
imobiliária na Espanha formaram uma associação que procura impedir o corte das linhas
de crédito oficiais para o setor,
que se ressente de um desaquecimento e da queda no valor de
suas ações.
A oposição conservadora
acusou Zapatero de ter anunciado as medidas, que se aprovadas vigorarão em janeiro, por
interesses eleitorais. Disse que
ele deveria ter cumprido a promessa de subsidiar a construção de moradias para a população de mais baixa renda e ter
permitido uma nova Lei do Inquilinato que estimulasse o
aluguel de apartamentos.
"O governo não cumpriu
com suas promessas eleitorais
e não está qualificado a resolver o problema", disse Eduardo
Zaplana, do Partido Popular
(conservador).
Com agências internacionais
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