São Paulo, quarta-feira, 19 de setembro de 2007

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Zapatero subsidia aluguel para quem mora com pais

Projeto anunciado pelo governo espanhol também estimula a construção civil

Texto prevê auxílio mensal de R$ 548, por quatro anos, a jovens com mais de 22 e menos de 30 anos; governo ainda subsidiará poupança

DA REDAÇÃO

O governo espanhol anunciou ontem um plano de subsidiar o aluguel de jovens assalariados dispostos a deixar de morar com seus pais. Pelo projeto, trabalhadores com idade entre 22 e 30 anos receberiam durante quatro anos uma ajuda mensal de 210 (R$ 548). O mecanismo deverá beneficiar o setor da construção civil.
A iniciativa do primeiro-ministro socialista José Luis Rodriguez Zapatero também é vista como uma forma de assegurar o apoio do eleitorado mais jovem nas eleições legislativas de março próximo.
Os que quiserem se beneficiar da medida devem ter morado na Espanha nos últimos quatro anos e precisam estar fechando seu primeiro contrato como inquilinos.

Poupança especial
Zapatero também disse que o governo entraria com 600 (R$ 1.560) para as cadernetas de poupança dos trabalhadores mais jovens, destinadas à aquisição da casa própria, e que permitiria que parte das despesas com aluguel fosse dedutível do Imposto de Renda de quem tem renda mais baixa.
Essa iniciativa gerará uma renúncia fiscal de R$ 908 milhões, que se somarão ao R$ 1,1 bilhão nos subsídios aos aluguéis. O ministro das Finanças, Pedro Solbes, havia criticado os efeitos no déficit fiscal de recentes planos de Zapatero, como o de dar mesadas a famílias que gerassem um bebê -uma forma de reverter a queda na fertilidade das mulheres espanholas- ou custear as despesas odontológicas das crianças e adolescentes de até 15 anos.
Para o Ministério da Habitação da Espanha, os jovens espanhóis são na União Européia os que deixam mais tardiamente de morar com os pais, sobretudo por questões financeiras.
Economistas acreditam que as medidas anunciadas pelo governo estimularão o mercado imobiliário, com a construção de novas moradias. Nos últimos dez anos, a Espanha construiu cerca de 800 mil casas e apartamentos, de longe o maior número da UE, e o setor foi o vetor para o rápido crescimento da economia durante os últimos 15 anos. Entre os 20 homens mais ricos da Espanha, oito são empresários da construção civil.
Ainda anteontem as 14 principais empresas de construção imobiliária na Espanha formaram uma associação que procura impedir o corte das linhas de crédito oficiais para o setor, que se ressente de um desaquecimento e da queda no valor de suas ações.
A oposição conservadora acusou Zapatero de ter anunciado as medidas, que se aprovadas vigorarão em janeiro, por interesses eleitorais. Disse que ele deveria ter cumprido a promessa de subsidiar a construção de moradias para a população de mais baixa renda e ter permitido uma nova Lei do Inquilinato que estimulasse o aluguel de apartamentos.
"O governo não cumpriu com suas promessas eleitorais e não está qualificado a resolver o problema", disse Eduardo Zaplana, do Partido Popular (conservador).


Com agências internacionais


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