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Em dia anti-Israel, Irã vive novos protestos
Milhares de opositores aproveitam data oficial que marca repúdio de Teerã a Estado judaico para ir às ruas contra governo
Durante manifestações,
ex-presidente reformista é agredido por simpatizantes de Ahmadinejad, que voltou a questionar o Holocausto
Associated Press
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Manifestantes da oposição durante protesto contra o governo e que foi reprimido pelas forças de segurança, ontem, em Teerã
DA REDAÇÃO
Milhares de iranianos aproveitaram o Dia de Jerusalém
-oportunidade destinada a
hostilizar Israel e defender a
criação de um Estado palestino- para sair às ruas e protestar contra o presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Os manifestantes de oposição marchavam em Teerã com
camisetas verdes e aos gritos de
"morte ao ditador". Eles terminaram entrando em confronto
com as forças de segurança, atirando pedras e tijolos, enquanto os policiais disparavam bombas de gás lacrimogêneo.
Esse foi um dos maiores protestos da oposição desde meados de julho e aconteceu paralelamente à comemoração organizada ontem pelo governo,
no mesmo dia do Ano-Novo judaico. A data é uma grande ocasião política para Teerã reforçar sua posição anti-Israel, por
meio de protestos, discursos de
autoridades e marchas em que
participaram milhares de pessoas em todo o país.
A oposição aproveitou o momento para mostrar que continua atuante e com capacidade
de mobilização pouco mais de
três meses após a polêmica
eleição que reconduziu Ahmadinejad ao poder.
Lideranças importantes dos
reformistas participaram da
marcha, em desafio direto às
ordens do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, que tinha
proibido manifestações contra
o governo no Dia de Jerusalém.
Em um dos protestos, simpatizantes do regime conseguiram interceptar um grupo de
manifestantes e atacaram o ex-presidente Mohammad Khatami (1997-2005). A hostilidade
foi rapidamente repelida pelos
manifestantes. Khatami não ficou ferido, mas sua túnica foi
rasgada, segundo testemunhas.
Em outro ponto da cidade, os
partidários do governo tentaram atacar o líder opositor Mir
Hossein Mousavi, que se juntara a outro grupo de manifestantes. Segundo testemunhas, ele
conseguiu entrar em seu carro
e escapou, enquanto manifestantes continham agressores.
Não houve relatos de tiroteios ou mortos, mas testemunhas afirmam que mais de dez
pessoas foram detidas. Ao menos dois manifestantes ficaram
feridos durante os confrontos.
Negacionismo
Os protestos da oposição,
embora numerosos, foram bem
menores que as manifestações
que tiveram apoio do governo.
Apesar de o pretexto ser o apoio
aos palestinos e, principalmente, a oposição a Israel, simpatizantes do regime usaram a ocasião também para mostrar o
apoio ao governo, entoando gritos de "morte àqueles que se
opõem ao líder supremo".
Durante as comemorações
oficiais, o presidente iraniano,
Mahmoud Ahmadinejad, voltou a negar o Holocausto. Em
discurso a fiéis, na Universidade de Teerã, ele questionou se o
Holocausto "foi um evento
real" e afirmou que Israel foi
criado sob a base de "mentiras e
argumentos míticos".
A Chancelaria do Reino Unido qualificou as declarações de
"repulsivas e ignorantes". Já os
EUA disseram que "isso só serve para isolar ainda mais o Irã
do resto do mundo".
Com agências internacionais
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