São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 2005

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ARGENTINA

Rompido com Duhalde, presidente dependerá de aliados fora do peronismo

Nem vitória dará maioria a Kirchner

MAELI PRADO
DE BUENOS AIRES

Mesmo que consiga um bom resultado nas eleições legislativas do próximo domingo, o atual governo da Argentina não controlará o Congresso nos próximos anos de gestão se seguir o racha entre o presidente Néstor Kirchner e o ex-presidente Eduardo Duhalde dentro do peronista Partido Justicialista (PJ).
Nos dois primeiros anos de governo, Kirchner, que até meados deste ano foi aliado de Duhalde, conseguiu aprovar com tranqüilidade todos os projetos que quis na Câmara dos Deputados. O PJ, ao qual ambos pertencem, tem 129 cadeiras na Câmara, limite para obter maioria.
Com o rompimento entre os dois dirigentes, que apresentaram listas separadas para o pleito, o cenário mudou. Na última votação, os duhaldistas se aliaram à oposição e aprovaram um projeto rechaçado pela Casa Rosada.
A expectativa é que o oficialismo, ou a corrente fiel a Kirchner, obtenha de 30% a 45% dos votos do país nesse pleito. Segundo o cientista político Rosendo Fraga, os kirchneristas terão de 90 a cem deputados após as eleições, bem mais que os atuais 60, mas não o suficiente para obter maioria. Assim, o governo dependerá ou da volta da unidade do PJ (menos provável), ou de outras alianças. "O governo terá que negociar com outros setores políticos."
As eleições renovarão metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado, no qual disputam vagas a primeira-dama Cristina Kirchner e "Chiche" Duhalde, mulher do ex-presidente. Ambas devem se eleger.


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