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11 americanos morrem no Iraque; já são 70 no mês
EUA culpam Ramadã e apontam ação em Bagdá
DA REDAÇÃO
Onze soldados dos EUA foram mortos ontem no Iraque,
elevando para 70 o número de
baixas do Exército americano
neste mês. A continuar nesse
ritmo, outubro será o terceiro
mês mais negativo para as tropas desde a invasão do país, em
março de 2003, e o pior desde
novembro de 2004, auge da insurgência em Fallujah.
Pelo menos 2.777 soldados
americanos já morreram desde
o início da guerra -e cerca de
5.500 militares iraquianos,
além de 49 mil civis, segundo a
organização independente britânica Iraq Body Count.
A notícia chega em péssima
hora para o presidente George
W. Bush, cuja atuação no Iraque é crescentemente criticada
nos EUA. A guerra é um dos
principais temas na campanha
para as eleições parlamentares,
que ocorrem em três semanas.
As autoridades americanas
têm duas explicações para o aumento das mortes de americanos: o recrudescimento da violência que costuma ocorrer no
mês sagrado do Ramadã -em
que combater o "inimigo", segundo muçulmanos radicais, os
deixa mais perto de Deus- e a
maior presença dos soldados
na capital, para onde foram
deslocados em agosto, na tentativa de conter os conflitos
sectários.
O maior engajamento das
tropas nos combates representa um revés nas intenções americanas de gradualmente diminuir sua atuação no país, transferindo para os iraquianos a
responsabilidade pela segurança. Apesar de a intenção ser
mantida no longo prazo, o aumento da violência entre sunitas e xiitas e as dificuldades do
governo para contê-la forçaram uma mudança.
Os EUA pressionam o premiê xiita Nuri al Maliki para
que os membros radicais de sua
facção sejam controlados. Integrantes da polícia e do Exército
iraquianos formaram esquadrões de morte que têm a minoria sunita, que dominava o
país no regime de Saddam Hussein, como alvo. Para aplacar as
críticas, Maliki destituiu anteontem os dois principais comandantes da polícia.
A situação da violenta milícia
xiita Exército Mehdi, fiel ao clérigo radical Muqtada al Sadr,
também é fonte de conflito entre os americanos e o premiê.
Sadr tem forte influência política e apóia o governo, o que
deixa Maliki num impasse.
Ontem, um dos homens-fortes de Sadr, Mazin al Saedi, foi
solto, a mando do premiê, após
ter sido preso por americanos
sob suspeita de seqüestros, assassinatos e torturas. A prisão
havia enfurecido os seguidores
do clérigo em Bagdá, e o anúncio da libertação ocorreu após
encontro de Maliki com Sadr.
Questionado a respeito, o premiê disse estar "buscando soluções políticas para todas as crises, o que acabará com todas as
detenções e com toda a tensão".
Corte marcial
O Exército dos EUA determinou ontem que oito soldados
acusados de assassinar iraquianos sejam levados à corte marcial. O grupo inclui quatro acusados de estuprar uma adolescente e matá-la, junto com sua
família, em março. Dois deles
podem ser condenados à morte. O ex-soldado Steven Green,
21, que já é julgado pela Justiça
comum, é um deles -ele declarou, em sua defesa, que "matar
gente no Iraque é como matar
uma formiga".
Com agências internacionais
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