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Resistência sunita conta com ajuda externa
France Press
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Reunião da Guarda Revolucionária, antes de ataque suicida
DA REDAÇÃO
O Movimento de Resistência
Popular do Irã, também conhecido pelo nome persa Jundallah ("Soldados de Deus"), é
uma organização que milita
com ajuda de forças externas
por direitos da minoria sunita
do Irã.
Os números oficiais estimam
a proporção de sunitas na população iraniana em 9%, mas
demógrafos independentes
avaliam que seja mais elevada.
Os sunitas, incluindo membros das etnias curda, baluqui e
turcomena, encontram dificuldades para ascender a postos
políticos importantes na República Islâmica, na qual a palavra
final cabe aos clérigos xiitas.
A maior parte da população
sunita iraniana se concentra na
Província de Sistão e Baluquistão, na fronteira com o Paquistão, país que mantém relações
tensas com Teerã e onde se
acredita que esteja baseado o
comando do Jundallah.
O grupo surgiu em 2003 como dissidência do Movimento
Autonomista Baluqui, financiado pelo ditador iraquiano
sunita Saddam Hussein nos
anos 80 para enfraquecer os
xiitas iranianos.
O Jundallah afirma não querer necessariamente a independência de Sistão e Baluquistão, mas uma maior autonomia
da região e o reconhecimento
da identidade sunita no território do Irã.
A moderação dos objetivos
declarados destoa dos métodos
violentos usados pelo Jundallah, conhecido pela ousadia de
seus ataques, que visam geralmente altos funcionários do governo central iraniano.
Em 2005, o comboio do presidente Mahmoud Ahmadinejad foi alvo de atentado durante
uma visita à Província de Sistão
e Baluquistão. O presidente
saiu ileso, mas um de seus guarda-costas morreu. Em fevereiro de 2007, um ataque do grupo
matou 11 membros da Guarda
Revolucionária em Zahedan,
capital da região.
Um dos ataques mais mortíferos reivindicados pelo Jundallah ocorreu em maio passado,
quando um atentado suicida
em uma mesquita xiita matou
25 pessoas também em Zahedan. Treze membros da facção
foram condenados pelo ataque
e enforcados em julho.
A organização diz ter um
exército de mil homens e afirma ter matado ao menos 400
soldados iranianos.
Analistas dizem que o Jundallah atende a interesses de inimigos do Irã, mas não está claro
quem está por trás do grupo.
Reportagem da TV americana ABC revelou, em 2007, supostas evidências de que o grupo recebe ajuda dos serviços secretos americanos e paquistaneses para desestabilizar o Irã.
A inteligência britânica também estaria envolvida. Washington e Londres negam.
Também há relatos de que o
Jundallah mantém relações
com a Al Qaeda, a rede terrorista sunita que considera os xiitas
inimigos, e com traficantes de
armas e drogas da região.
O mais provável é que a organização receba dinheiro e armas de várias fontes.
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