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EUA refutam ligação com explosão em solo iraniano
Washington e Teerã participam hoje de reunião sobre programa nuclear do Irã
Temor é o de que a tensão provocada pelos atentados manche encontro em Viena, que discutirá um acordo de enriquecimento de urânio
JANAÍNA LAGE
DE NOVA YORK
Após terem sido acusados
pelo governo iraniano de envolvimento em atentados que
mataram cerca de 35 pessoas
ontem no Irã, os EUA negaram
qualquer participação e repudiaram o episódio. "Nós condenamos este ato de terrorismo e
estamos de luto pela perda de
vidas inocentes. Relatos de envolvimento dos EUA são completamente falsos", afirmou o
porta-voz do Departamento de
Estado, Ian Kelly.
O Irã afirmou que os EUA e
também o Reino Unido ajudam
a financiar o grupo terrorista
Jundallah ("Soldados de
Deus"), que assumiu a autoria
dos atentados. O grupo já havia
assumido a responsabilidade
por outros ataques nos últimos
anos, mas o de ontem foi mais
ambicioso e mortífero do que
os anteriores.
Se a reação de Washington
foi rápida, foi também cautelosa. O momento é crítico para as
relações com o Irã, envolvido
em uma disputa com potências
ocidentais devido a seu programa de enriquecimento de urânio -que EUA e aliados suspeitam visar a produção de uma
bomba nuclear.
Teme-se que a tensão causada pelos ataques prejudique
uma reunião que está marcada
para hoje em Viena entre representantes do Irã e de um
grupo de seis países (EUA, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha). Na pauta está o
acordo discutido recentemente
em Genebra para tentar evitar
que Teerã enriqueça urânio.
Enriquecimento
A proposta é que a maior parte do estoque declarado de urânio do Irã seja enriquecido na
Rússia ou na França. Só então
ele seria levado de volta ao país,
de forma a assegurar que o programa nuclear iraniano só será
usado para gerar energia, como
o governo diz pretender.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, já havia
advertido que caso fracassem
as negociações e os países ocidentais resolvam impor novas
sanções a Teerã, isso "ferirá
mais o Ocidente do que o Irã".
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