São Paulo, terça-feira, 19 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Londres vê ameaça em ciberataques

Enquanto há cortes de gastos em vários setores, governo aumenta recursos para a segurança de computadores

São alvo de possíveis ataques setores como tráfego aéreo, saúde, abastecimento de água e serviços financeiros

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

O Reino Unido concluiu a revisão de sua Estratégia de Segurança Nacional e incluiu os ciberataques como uma das principais ameaças à segurança dos britânicos.
Num momento de cortes de gastos em quase todos os setores do governo (inclusive defesa e polícia), serão destinados 500 milhões de libras (cerca de R$ 1,3 bilhão) para aumentar a segurança de redes de computadores que controlam os serviços de infraestrutura.
Estão sob alvo de possíveis ataques, segundo o governo, o controle de tráfego aéreo, o abastecimento de água e de energia elétrica, o sistema de saúde e o setor financeiro.
"A maioria das pessoas nem pensa na possibilidade de ciberataques. Mas é algo que representa um risco real, e do qual precisamos tratar agora", disse Theresa May, ministra do Interior.
Segundo May, 51% de todas as ameaças às redes de computadores já registradas no país ocorreram no ano passado, o que mostra que esse é um problema recente e em crescimento.
Além do risco cibernético, foram elencadas outras 14 ameaças ao país.

NÍVEIS DE AMEAÇA
Em nota, o premiê David Cameron disse que o país enfrenta "um complexo conjunto de ameaças vindas de uma miríade de fontes".
Os riscos foram divididos em três níveis. No nível um, o mais preocupante, estão os ciberataques, o terrorismo internacional (representado por grupos como Al Qaeda), a violência na Irlanda do Norte e a ameaça de desastres naturais (como enchentes ou pandemias).
Lista ainda a possibilidade de uma crise militar internacional envolvendo outros países, mas que exigiria a intervenção das Forças Armadas britânicas.
Na questão do terrorismo, May disse que o país continua com o nível de alerta "severo", que significa que um ataque é altamente provável. É o segundo nível mais alto, numa escala que vai de crítico a baixo.
A nova estratégia foi divulgada um dia antes do anúncio da revisão dos gastos com a defesa do país.
O Ministério da Defesa vai revelar hoje como efetuará os cortes no Orçamento exigidos pelo governo federal para conter o deficit público.
A expectativa é que seja feito um corte no efetivo das Forças Armadas e definidos quais programas de reaparelhamento militar continuarão em andamento.
A oposição afirmou que o governo está fazendo tudo de forma apressada, apenas para justificar os cortes.
A principal crítica é com relação ao tempo usado para definir prioridades e uso do dinheiro: cinco meses.
A estratégia de segurança nacional anterior foi discutida por mais de um ano.


Texto Anterior: Movimento agora atrai os independentes
Próximo Texto: Frase
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.