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TRÍPLICE FRONTEIRA
TV disse que Barakat, detido em Brasília, estava foragido e planejava atentado; ele se diz vítima de complô
Acusado de terror preso no Brasil quer processar CNN
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
O libanês naturalizado paraguaio Assad Ahmad Barakat, 37,
preso desde 21 de junho e esperando decisão do STF (Supremo
Tribunal Federal) sobre pedido
de extradição do Paraguai, diz
que há um "complô econômico"
para sua prisão. Ele nega envolvimento com o terrorismo internacional, crime atribuído a ele pela
Justiça do Paraguai.
Barakat conversou, por telefone, com a Agência Folha de sua
cela na Delegacia de Custódia da
Polícia Federal em Brasília, na última segunda-feira.
O detido também disse que irá
processar a TV CNN, que, no último dia 7, disse que ele estava foragido e envolvido com a preparação de atentados contra os EUA a
partir da região de fronteira entre
Brasil, Argentina e Paraguai.
"Esse absurdo só veio se somar
ao monte de mentiras que forjaram contra minha pessoa", disse.
Ele acusou o também libanês
Ali Ahmad Zaioun, que vive em
Ciudad del Este, de articular "uma
vingança comercial" contra ele.
"Zaioun e um agente da Polícia
Nacional [paraguaia], Esteban
Aquino, vivem de extorquir [dinheiro de] comerciantes. Se o
Brasil me enviar ao Paraguai, e eu
pagar o que querem, vou ser liberado. Zaioun tinha uma disputa
comercial comigo e forjou essas
histórias que viraram um guerra
terrorista", afirmou.
Muçulmano xiita, Barakat disse
ser simpatizante do grupo Hizbollah, "como aqui no Brasil existem
simpatizantes do PT, e isso não é
crime".
O Hizbollah, grupo extremista
que combateu a invasão israelense do sul do Líbano (1982-2000), é
um partido político com representação parlamentar.
Ele disse que tem sido apoiado
pelo embaixador do Líbano no
Brasil, Shaia Al Kuri, e que isso "é
mais uma prova de que nada devo
à Justiça do Brasil, do Líbano ou
do Paraguai".
Barakat é acusado pela Justiça
paraguaia dos crimes de apologia
ao crime, associação criminosa e
sonegação fiscal. Ele nega e afirma
que está sendo extorquido por
Zaioun e Aquino em US$ 50 mil.
Procurados pela Agência Folha
por telefone, Ziaoun e Aquino
não foram localizados.
Foz
O presidente da Associação
Árabe Brasil, Mohamad Mahmod
Ismail, 35, disse que o Brasil precisa "ter uma participação mais efetiva na defesa da região de Foz".
Segundo ele, os ataques "da mídia internacional à tríplice fronteira fazem parte de uma política
americana para a região".
"Aqui existe um dos maiores reservatórios de água doce das
Américas, a hidrelétrica de Itaipu
e existia o terceiro mercado mundial. Não é de graça que a região
está sendo constantemente agredida", afirmou Ismail.
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