São Paulo, sábado, 19 de novembro de 2005

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Cheney é "vice da tortura", diz ex-chefe da CIA

DA REDAÇÃO

Em entrevista concedida ao canal britânico ITV News, anteontem, o ex-diretor da CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA) Stanfield Turner chamou o vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, de "vice-presidente da tortura". Cheney estaria, segundo Turner, manchando a reputação dos EUA ao negligenciar práticas de tortura de presos suspeitos de terrorismo.
"Fico envergonhado que os EUA tenham um vice-presidente da tortura", disse Turner, segundo o site da ITV. "Ele permite a tortura, então o que ele é?"
Turner, que chefiou a CIA de 1977 a 1981, no governo do democrata Jimmy Carter, disse que não acredita nas afirmações do presidente republicano George W. Bush de que os EUA não praticam tortura. "Atravessamos a fronteira do território perigoso", disse Turner. "Acho que isso é simplesmente repreensível." Referindo-se a Cheney, Turner disse: "Não entendo como um homem em sua posição pode ter tal atitude".
Em Washington, o senador republicano John McCain, do Estado do Arizona, conduz uma campanha para banir o tratamento cruel, desumano ou degradante de prisioneiros que estejam sob custódia dos EUA.
A administração americana argumenta que essa legislação pode deixar o presidente de mãos amarradas na guerra ao terror. Cheney teria pressionado congressistas a eximir a CIA de responsabilidades.
Leis e tratados internacionais proíbem tortura e tratamento desumano. Segundo as autoridades americanas, comunicação confidencial tem servido para prover ao governo formas "consistentes com a lei" de extrair informações dos presos.


Com agências internacionais

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