São Paulo, sábado, 19 de novembro de 2005

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TERROR EM LONDRES

Pedido veio da família do brasileiro

Corregedoria fará nova investigação sobre o assassinato de Jean Charles

DE LONDRES

Uma nova investigação relacionada ao assassinato de Jean Charles de Menezes será aberta em breve pelas autoridades britânicas, informou ontem a IPCC (Comissão Independente de Queixas Contra a Polícia, na sigla em inglês). A própria IPCC, uma espécie de corregedoria, já investiga as circunstâncias da morte do brasileiro, alvejado pela polícia em julho numa estação de metrô, ao ser confundido com um terrorista.
Uma segunda investigação vai se debruçar sobre as informações divulgadas pelo comando da polícia nos dias que se seguiram à morte. Responderá a uma queixa apresentada pela família de Jean Charles no mês passado. Os parentes do eletricista consideram ter reunido evidências suficientes para provar que a Scotland Yard mentiu não só em relação aos motivos da morte, mas também na versão que divulgou sobre a operação que culminou com o assassinato. A família quer saber, por exemplo, por que foi avisada tão tardiamente -a polícia só voltou ao apartamento de Jean Charles na tarde do dia seguinte à morte.
Reclama também das contradições da polícia: na manhã seguinte à morte, o chefe da Scotland Yard, comissário Ian Blair, mantinha a versão de que o morto era um terrorista, mas, mais tarde, oficiais admitiram que àquela altura já sabiam da verdade. E ainda do fato de que Blair, em carta ao governo, tentou excluir o IPCC das investigações.
"Recebemos uma queixa da família e dos seus advogados e estamos acertando os termos da segunda investigação", disse à Folha Richard Offer, assessor da IPCC. (FV)

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