São Paulo, segunda-feira, 19 de novembro de 2007

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Avanço chinês leva EUA a aliança com Índia

DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Bastou mostrar um mapa na 4ª Conferência do Forte de Copacabana para se entender as preocupações estratégicas de Dipankar Banerjee, general indiano reformado e diretor do Instituto de Estudos da Paz e Conflitos, de Nova Delhi.
No meio do mapa, a Índia. Logo se percebe que a maior democracia do planeta está no olho do furacão. A oeste, o "turbulento" Oriente Médio e uma potência regional nuclear rival e hoje instável politicamente, o Paquistão, e outra potencial, o Irã; a leste, a cada vez mais "assertiva" China; bem ao norte, a Rússia, também se esforçando para deixar uma marca na política internacional; e ao sul o oceano Índico, por onde passa boa parte do comércio mundial, notadamente de petróleo.
A olhada no mapa explica como hoje Índia e EUA se enxergam como "aliados naturais", como declarou o americano Donald Camp, do Departamento de Estado. Para o diplomata, depois de meio século de "estranhamento" os dois países começam a ver pontos em comum. Banerjee concorda, mas ressalva: "é uma parceria, não uma aliança. E não é dirigida em relação à China".
Foi lembrado que Índia e China, berço de duas das mais antiga civilizações do planeta, raramente entraram em conflito -viveram em paz por 99% do tempo nos últimos dois mil anos. Uma exceção foi um conflito de fronteira em 1962.
A entrada da Índia no clube nuclear gerou protestos gerais, notadamente dos EUA. Mas depois do 11 de Setembro, a política americana deu meia volta, chegando mesmo à assinatura de um pacto sobre energia nuclear civil no ano passado, mas que ainda não foi ratificado.
O general indiano lembra que o comércio de seu país com a China tem aumentado nos últimos anos, passando de cerca de US$ 1 bilhão em 1995 para mais de US$ 20 bilhões hoje.
O comércio tenderia a aproximar os interesses dos dois países. Apesar do vertiginoso aumento dos gastos militares chineses, "não há uma corrida armamentista entre Índia e China", diz o general e pesquisador. (RBN)


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