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Avanço chinês leva EUA a aliança com Índia
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Bastou mostrar um mapa na
4ª Conferência do Forte de Copacabana para se entender as
preocupações estratégicas de
Dipankar Banerjee, general indiano reformado e diretor do
Instituto de Estudos da Paz e
Conflitos, de Nova Delhi.
No meio do mapa, a Índia.
Logo se percebe que a maior
democracia do planeta está no
olho do furacão. A oeste, o "turbulento" Oriente Médio e uma
potência regional nuclear rival
e hoje instável politicamente, o
Paquistão, e outra potencial, o
Irã; a leste, a cada vez mais "assertiva" China; bem ao norte, a
Rússia, também se esforçando
para deixar uma marca na política internacional; e ao sul o
oceano Índico, por onde passa
boa parte do comércio mundial, notadamente de petróleo.
A olhada no mapa explica como hoje Índia e EUA se enxergam como "aliados naturais",
como declarou o americano
Donald Camp, do Departamento de Estado. Para o diplomata,
depois de meio século de "estranhamento" os dois países
começam a ver pontos em comum. Banerjee concorda, mas
ressalva: "é uma parceria, não
uma aliança. E não é dirigida
em relação à China".
Foi lembrado que Índia e
China, berço de duas das mais
antiga civilizações do planeta,
raramente entraram em conflito -viveram em paz por 99%
do tempo nos últimos dois mil
anos. Uma exceção foi um conflito de fronteira em 1962.
A entrada da Índia no clube
nuclear gerou protestos gerais,
notadamente dos EUA. Mas
depois do 11 de Setembro, a política americana deu meia volta,
chegando mesmo à assinatura
de um pacto sobre energia nuclear civil no ano passado, mas
que ainda não foi ratificado.
O general indiano lembra
que o comércio de seu país com
a China tem aumentado nos últimos anos, passando de cerca
de US$ 1 bilhão em 1995 para
mais de US$ 20 bilhões hoje.
O comércio tenderia a aproximar os interesses dos dois
países. Apesar do vertiginoso
aumento dos gastos militares
chineses, "não há uma corrida
armamentista entre Índia e
China", diz o general e pesquisador.
(RBN)
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