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Morales pede ajuda do Mercosul para investigar mortes em protestos de Sucre
DO ENVIADO A MONTEVIDÉU
O presidente da Bolívia, Evo
Morales, pediu na Cúpula dos
Presidentes do Mercosul, em
Montevidéu, que o bloco crie
uma comissão para investigar
as mortes de três pessoas em
Sucre durante os protestos
contra a Assembléia Constituinte, no fim de novembro.
"Acusam-me de assassino
pelas mortes em Sucre, mas até
agora, depois de três semanas,
não há uma autópsia, um informe forense. Por isso eu peço
que se crie uma comissão internacional do Mercosul para realizar uma investigação transparente", afirmou.
O presidente da Bolívia disse
ter "informação própria" sobre
as mortes, mas que não iria divulgá-la para "não entorpecer a
investigação".
As mortes, duas a bala e uma
por traumatismo toráxico,
ocorreram durante confrontos
entre manifestantes anti-Morales, pró-Morales e a Polícia
Nacional. Os primeiros exigiam
que o projeto da nova Carta reconhecesse Sucre como capital
plena da Bolívia -a cidade é sede do Judiciário do país.
"Nós não somos violadores
dos direitos humanos, mas nos
acusam de assassinos e querem
nos enfrentar com o povo. Buscam mortos como bandeira política. Não sabia que a política
era tão suja", afirmou. "Jamais
houve instruções para usar balas contra o povo. E não haverá", acrescentou.
O Mercosul não respondeu
ao pedido do boliviano. Logo
após seu discurso, porém, o
presidente do Uruguai, Tabaré
Vázquez, afirmou: "Saiba que
conta, em nome de todos aqui
presentes, com o respaldo dos
presidentes que integram o
Mercosul". A cúpula aprovou
uma declaração conjunta de
apoio ao governo de Morales.
O presidente da Venezuela,
Hugo Chávez, foi o mais enfático. "Envenenaram as pessoas
dizendo que nós estamos trazendo armas para que haja uma
guerra na Bolívia, mas eram remédios [em um avião que foi
apedrejado na cidade boliviana
de Riberalta e teve que fazer
um pouso de emergência em
Rio Branco]."
(RODRIGO RÖTZSCH)
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