São Paulo, quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

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Morales pede ajuda do Mercosul para investigar mortes em protestos de Sucre

DO ENVIADO A MONTEVIDÉU

O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu na Cúpula dos Presidentes do Mercosul, em Montevidéu, que o bloco crie uma comissão para investigar as mortes de três pessoas em Sucre durante os protestos contra a Assembléia Constituinte, no fim de novembro.
"Acusam-me de assassino pelas mortes em Sucre, mas até agora, depois de três semanas, não há uma autópsia, um informe forense. Por isso eu peço que se crie uma comissão internacional do Mercosul para realizar uma investigação transparente", afirmou.
O presidente da Bolívia disse ter "informação própria" sobre as mortes, mas que não iria divulgá-la para "não entorpecer a investigação".
As mortes, duas a bala e uma por traumatismo toráxico, ocorreram durante confrontos entre manifestantes anti-Morales, pró-Morales e a Polícia Nacional. Os primeiros exigiam que o projeto da nova Carta reconhecesse Sucre como capital plena da Bolívia -a cidade é sede do Judiciário do país.
"Nós não somos violadores dos direitos humanos, mas nos acusam de assassinos e querem nos enfrentar com o povo. Buscam mortos como bandeira política. Não sabia que a política era tão suja", afirmou. "Jamais houve instruções para usar balas contra o povo. E não haverá", acrescentou.
O Mercosul não respondeu ao pedido do boliviano. Logo após seu discurso, porém, o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, afirmou: "Saiba que conta, em nome de todos aqui presentes, com o respaldo dos presidentes que integram o Mercosul". A cúpula aprovou uma declaração conjunta de apoio ao governo de Morales.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, foi o mais enfático. "Envenenaram as pessoas dizendo que nós estamos trazendo armas para que haja uma guerra na Bolívia, mas eram remédios [em um avião que foi apedrejado na cidade boliviana de Riberalta e teve que fazer um pouso de emergência em Rio Branco]." (RODRIGO RÖTZSCH)


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