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SUCESSÃO NOS EUA / ATOLEIRO NO IRAQUE
Plano militar para retirada destoa de promessa de Obama
Proposta feita por comandantes das operações no Iraque prevê permanência mais longa que os 16 meses citados em campanha
Recomendação foi discutida em reunião da futura equipe de defesa; Gates pede que Pentágono se planeje
para fechar Guantánamo
DO "NEW YORK TIMES"
Os comandantes americanos
responsáveis pelo Iraque, generais David Petraeus e Ray
Odierno, propuseram a Barack
Obama um plano para a retirada de tropas no país que não se
enquadra no cronograma de 16
meses traçado pelo presidente
eleito na campanha eleitoral.
É a primeira recomendação
dos militares sobre o tema a
Obama. Embora o democrata
tenha dito que pediria o conselho de seus comandantes, a resistência deles a uma retirada
mais rápida pode obrigá-lo a fazer uma escolha política difícil
entre passar por cima de seus
generais ou recuar de sua meta.
Completado na semana passada, o plano prevê o retorno de
mais duas brigadas -cerca de
7.000 a 8.000 soldados- do
Iraque no próximo semestre.
Mas isso deixaria 12 brigadas de
combate no país até junho de
2009, e, apesar de se negarem a
dar mais detalhes, os militares
deixaram claro que a retirada
de todas as forças de combate
não se completaria até maio de
2010 -a meta de Obama.
Segundo funcionários da
transição, o plano foi descrito a
Obama apenas em termos gerais por Robert Gates, que vai
permanecer como secretário
da Defesa, e pelo almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior Conjunto, quando Obama passou cinco horas e meia
com sua equipe de segurança
nacional na última segunda.
Eles afirmaram que todos os
participantes da reunião evitaram detalhar como conciliar o
cronograma de Obama com o
recomendado pelos generais.
Na campanha, o democrata
disse que não hesitaria em passar por cima dos comandantes.
No início de dezembro, porém,
ele deu a entender que teria alguma flexibilidade ao declarar
que ainda queria que as tropas
de combate deixassem o Iraque
em 16 meses, mas que ouviria a
recomendação dos militares.
O plano de Odierno e Petraeus foi traçado para satisfazer o chamado acordo sobre o
status das forças fechado entre
Washington e Bagdá, que prevê
a saída de todas as forças americanas do Iraque até o final de
2011 e de todas as tropas de
combate das cidades iraquianas até junho próximo.
Os comandantes dizem que
tentarão cumprir o prazo de junho redirecionando tropas para o treinamento e apoio dos
iraquianos -mudança semântica em alguns casos, pois soldados dos EUA ainda sairiam
em patrulhas de combate.
Num briefing a jornalistas na
semana passada em Balad, Iraque, Odierno disse que é importante que as tropas americanas apóiem os iraquianos em
2009, quando estão previstas
eleições, e lembrou que o acordo com Bagdá poderia ainda ser
renegociado: "Três anos é um
tempo longo".
Guantánamo
Também ontem, o Pentágono anunciou que Robert Gates
solicitou uma proposta para o
fechamento da polêmica prisão
para suspeitos de terrorismo
mantida pelos EUA na base militar de Guantánamo, em Cuba.
Obama prometeu fechá-la
em seu mandato, mas há percalços legais quanto ao status e
o destino dos cerca de 250 presos hoje mantidos lá.
Tradução de CLARA ALLAIN
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