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Venezuela inicia processo para reeleição indefinida
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
Em meio a uma grande mobilização governista, a Assembléia Nacional realizou ontem a
primeira discussão sobre a
emenda constitucional que, se
aprovada em referendo, abre a
possibilidade de o presidente
venezuelano, Hugo Chávez, se
reeleger indefinidamente.
A abertura da sessão foi marcada pela entrega de assinaturas de apoio à emenda recolhidas pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), também presidido por Chávez. Vários dos abaixo-assinados chegaram à Assembléia, cercada
por centenas de militantes em
camisas vermelhas, em caixas
simulando presentes de Natal.
Os organizadores dizem ter
recolhido 4.760.485 assinaturas (28% dos eleitores) em oito
dias -há relatos de funcionários públicos que afirmam ter
sido coagidos a assinar.
Um dos deputados que falaram a favor da emenda, Desireé
Santos Amaral, afirmou que "o
povo está convencido de que
temos um líder para assegurar
as conquistas e consolidar o
processo de transformação".
Já o deputado dissidente Ismael Garcia, principal porta-voz da minoria, disse que a reeleição indefinida já foi "julgada" no ano passado, quando
Chávez perdeu o referendo sobre uma reforma constitucional mais ampla. Segundo ele, o
governo está "desesperado" para aprovar a alteração antes que
a crise econômica atinja o país.
Para o referendo ser convocado, é necessária a aprovação
na Assembléia, de ampla maioria chavista, em duas discussões. Chávez quer realizá-lo no
primeiro trimestre de 2009. Se
não conseguir mudar a Constituição, ele terá de deixar a Presidência em janeiro de 2013.
Pesquisa recente do instituto
Hinterlaces mostra que Chávez
perderia por 61%. Já no levantamento do instituto GIS-21,
distribuído pelo governo, a
emenda tem 53% de apoio.
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