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Revogação de anistia
no Paquistão ameaça
governo e gera temor
Decisão da Suprema Corte motiva a convocação de
ministro do Interior e impede viagem do da Defesa
DA REDAÇÃO
A anulação de uma anistia de
2007 aos principais atores políticos do Paquistão -incluindo
o hoje presidente Asif Ali Zardari- gerou apreensão no governo ao motivar ações judiciais contra nomes do alto escalão. A decisão foi tomada nesta
semana pela Suprema Corte.
Ontem, o ministro do Interior, Rehman Malik, foi convocado para comparecer ao tribunal da Província de Sindh (sul)
no dia 8 de janeiro por um caso
de corrupção, reaberto pela decisão da Justiça. Anteontem, o
titular da pasta Defesa, Ahmed
Mukhtar, foi impedido no aeroporto de viajar para a China.
Os dois ministros, bem como
o próprio Zardari e seu chefe de
gabinete, Salman Farooki, estão entre os 247 membros do
governo beneficiados pela anistia agora revogada pela Corte.
A medida fora adotada pelo
então ditador Pervez Musharraf (1999-2008) como parte de
um acordo político patrocinado
por EUA e Reino Unido para o
retorno ao país da premiê Benazir Bhutto (1993-96), mulher
de Zardari, que viria a ser assassinada em dezembro de 2007.
A sucessão de eventos desde
a última quarta, quando a anistia foi derrubada, gerou temores de um aumento da instabilidade na volátil política paquistanesa e de um eventual golpe
contra o crescentemente impopular Zardari, que, embora esteja imune à reabertura de processos por ser presidente, já vê
surgirem pedidos de renúncia.
A hipótese foi rechaçada veementemente por membros do
governo, e a cúpula militar rejeitou ter a intenção de reaver o
protagonismo político assumido no governo de Musharraf
-e por quase metade das pouco
mais de seis décadas de independência do país.
Os sinais de volta da instabilidade surgem no momento em
que o Paquistão promove uma
ofensiva militar que já dura sete meses contra insurgentes na
região noroeste e preocupam o
governo americano, que vê no
país um aliado crucial para estabilizar o vizinho Afeganistão.
Ontem, um atentado suicida
matou dez pessoas em província na região, o segundo contra
uma mesquita frequentada por
militares em só duas semanas.
Com "New York Times" e agências internacionais
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