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AFEGANISTÃO
Segundo autoridades locais, 4 crianças e 3 mulheres estariam entre os mortos; porta-voz americano não confirma
EUA podem ter matado 11 civis afegãos
DA REDAÇÃO
Onze moradores da vila de Saghatho (sul do Afeganistão), inclusive quatro crianças, morreram num bombardeio dos Estados Unidos no domingo, afirmaram ontem autoridades locais.
"Quatro eram crianças, e três
eram mulheres", disse o governador de Uruzgan, Jan Mohammmad Khan.
Segundo um porta-voz militar
americano, Bryan Hilferty, um
avião matou cinco militantes armados ao norte de Deh Rawood,
onde os EUA possuem uma base
militar. Saghatho fica 40 km ao
norte de Deh Rawood.
Uruzgan era um dos bastiões do
Taleban, milícia extremista islâmica que governava o país até
2002 e foi deposta por uma coalizão liderada pelos EUA após os
atentados do 11 de Setembro por
abrigar a rede Al Qaeda.
Segundo Abdul Rahman, chefe
do distrito onde fica o vilarejo, as
vítimas estavam do lado de fora
de uma casa, quando "um grande
avião surgiu e soltou as bombas".
"Eram moradores, não eram do
Taleban. Não sei por que os Estados Unidos bombardearam a casa", disse.
Mais cedo, o porta-voz informara que três soldados americanos haviam ficado feridos em um
ataque de cerca de 15 guerrilheiros armados com granadas e armas de fogo à base dos EUA em
Uruzgan.
Incidentes
Não é a primeira vez que bombardeios americanos atingem civis no Afeganistão. Em 2002, 48
convidados de uma festa de casamento morreram atingidos durante um ataque.
Em 5 de dezembro último, seis
crianças foram esmagadas por
uma parede durante uma ação
noturna dos EUA.
No dia seguinte, nove crianças
foram encontradas mortas num
campo após um ataque americano a uma vila.
Após autoridades afegãs protestarem -e a ONU alertar que as
mortes poderiam levar a um acirramento das ações contra os Estados Unidos-, as forças americanas prometeram rever procedimentos.
Nos últimos meses, os Estados
Unidos têm intensificado o combate ao Taleban, que declarou
uma "guerra santa" contra militares americanos e estrangeiros e
forças afegãs do presidente Hamid Karzai (aliado dos EUA). A
violência põe em risco a realização de eleições no meio deste ano,
previstas pela Constituição recém-aprovada.
Com agências internacionais
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