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Desemprego poderá ser furacão Katrina de presidente dos EUA
DE WASHINGTON
Desde o terremoto que atingiu o Haiti, analistas têm feito
comparações entre a resposta
do governo Barack Obama ao
desastre e a de seu antecessor,
George W. Bush, ao furacão Katrina (2005). Por ora, é consenso que o democrata tem se saído melhor que o republicano.
Mas, mesmo antes do Haiti, o
furacão que devastou a Louisiana e matou cerca de 3.000 americanos vinha sendo mencionado na avaliação da política econômica obamista. Se continuar
crescendo ou estacionado no
índice atual, o desemprego pode vir a ser o Katrina de Obama
-é o que dizem economistas.
Hoje, 1 em 10 americanos
adultos em condições de trabalhar está sem emprego. O índice aumenta para até 25% quando se leva em conta quem desistiu de procurar trabalho nos últimos 12 meses e os que estão
em serviços temporários ou de
meio período contra a vontade.
A potencial massa de descontentes assusta a Casa Branca,
que considera essa a principal
derrota do primeiro ano de governo no campo econômico e
promete se dedicar ao problema neste ano. Até agora, uma
força-tarefa foi criada, um novo
pacote foi aprovado e os olhos
se voltam para o dia 5 de fevereiro, quando sai o novo índice.
O democrata defende ter evitado o pior. Obama herdou índice de desemprego de 7,7%,
numa sangria que chegou a 30
mil vagas perdidas por dia. Se o
pacote de estímulo à economia
de cerca de US$ 800 bilhões, ou
meio PIB do Brasil, não tivesse
sido aprovado no início da gestão, o índice seria hoje de 11,2%,
segundo o Conselho Econômico Nacional da Casa Branca.
Mas o time político obamista
sabe que, com raríssimas exceções, são as questões econômicas, e não as de política internacional, como Afeganistão e Iraque, ou de segurança nacional,
como a tentativa de atentado
do Natal, que moldam os votos.
Por isso, o governo corre contra o tempo: em novembro, um
terço do Senado e a totalidade
da Câmara dos Representantes
(deputados federais) serão renovados. Obama precisa manter a maioria nas duas Casas para seguir avançando sua agenda
de reformas.
(SD)
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