São Paulo, quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

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Desemprego poderá ser furacão Katrina de presidente dos EUA

DE WASHINGTON

Desde o terremoto que atingiu o Haiti, analistas têm feito comparações entre a resposta do governo Barack Obama ao desastre e a de seu antecessor, George W. Bush, ao furacão Katrina (2005). Por ora, é consenso que o democrata tem se saído melhor que o republicano.
Mas, mesmo antes do Haiti, o furacão que devastou a Louisiana e matou cerca de 3.000 americanos vinha sendo mencionado na avaliação da política econômica obamista. Se continuar crescendo ou estacionado no índice atual, o desemprego pode vir a ser o Katrina de Obama -é o que dizem economistas.
Hoje, 1 em 10 americanos adultos em condições de trabalhar está sem emprego. O índice aumenta para até 25% quando se leva em conta quem desistiu de procurar trabalho nos últimos 12 meses e os que estão em serviços temporários ou de meio período contra a vontade.
A potencial massa de descontentes assusta a Casa Branca, que considera essa a principal derrota do primeiro ano de governo no campo econômico e promete se dedicar ao problema neste ano. Até agora, uma força-tarefa foi criada, um novo pacote foi aprovado e os olhos se voltam para o dia 5 de fevereiro, quando sai o novo índice.
O democrata defende ter evitado o pior. Obama herdou índice de desemprego de 7,7%, numa sangria que chegou a 30 mil vagas perdidas por dia. Se o pacote de estímulo à economia de cerca de US$ 800 bilhões, ou meio PIB do Brasil, não tivesse sido aprovado no início da gestão, o índice seria hoje de 11,2%, segundo o Conselho Econômico Nacional da Casa Branca.
Mas o time político obamista sabe que, com raríssimas exceções, são as questões econômicas, e não as de política internacional, como Afeganistão e Iraque, ou de segurança nacional, como a tentativa de atentado do Natal, que moldam os votos.
Por isso, o governo corre contra o tempo: em novembro, um terço do Senado e a totalidade da Câmara dos Representantes (deputados federais) serão renovados. Obama precisa manter a maioria nas duas Casas para seguir avançando sua agenda de reformas. (SD)

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