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Citado em carta de renúncia, Niemeyer diz que nada muda
DA SUCURSAL DO RIO
Citado por Fidel Castro em
sua carta de renúncia, o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer,
100, diz que nada mudará em
Cuba. "Penso, como Niemeyer,
que é preciso ser conseqüente
até o final", escreveu Fidel. Para Niemeyer, o mais importante no texto do ditador cubano é
a certeza de que "nada vai mudar e o povo cubano continuará
ao lado dele [Fidel]".
A mesma referência a Niemeyer havia sido feita por Fidel
em dezembro passado, em texto lido na TV cubana.
"Ele foi generoso. Me agradou. Mas o mais importante é o
pronunciamento dele de que
continuará ao lado do povo cubano de acordo com suas possibilidades físicas", disse ontem o
arquiteto. Niemeyer disse que
conversou com um neto seu,
fotógrafo, que está em Cuba.
"Ele telefonou para mim de
manhã, emocionado, dizendo
que o povo cubano está coberto
de uma tristeza imensa, mas, ao
mesmo tempo, sentindo que,
dentro de suas possibilidades,
ele [Fidel] vai continuar a defender o povo cubano, escrevendo nos jornais e se fazendo
presente com conselhos generosos. Com isso, a tristeza de
ver ele afastado contrasta com
a certeza de que nada vai mudar
e ele continuará colaborando
com a mesma valentia, entusiasmo e correção de sempre."
Para o arquiteto, comunista
histórico, a saída de Fidel não
representará o fim do regime.
"O povo cubano está tão maduro e tão crente na revolução,
que vai continuar tudo bem. A
América Latina está se esforçando, evoluindo e pronta para
reagir contra o império norte-americano. É um momento de
grande tristeza, mas de compreensão de que ele não desapareceu, mas continuará
atuando, dentro de suas possibilidades, como chefe supremo
de Cuba. Continuará tudo
bem."
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