São Paulo, sábado, 20 de março de 2004

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GUERRA SEM LIMITES

Exército prevê vitória em "48 horas'; EUA dobram recompensa por Bin Laden e oferecem US$ 50 milhões

Terroristas resistem a cerco e bombardeios no Paquistão

DA ASSOCIATED PRESS

De 300 a 400 militantes supostamente ligados à rede terrorista Al Qaeda e ao grupo extremista afegão Taleban resistiam ontem ao ataque -com pesada artilharia e bombardeios aéreos -de milhares de soldados paquistaneses em uma região próxima ao Afeganistão. Segundo informações divulgadas anteontem, o número dois da Al Qaeda, o egípcio Ayman al Zawahiri, 52, poderia estar cercado na região.
Os EUA ontem dobraram a recompensa oferecida por informações que levem à captura de Osama bin Laden, líder máximo da Al Qaeda, responsável pelos ataques do 11 de Setembro: agora são US$ 50 milhões. Acredita-se que Bin Laden e Al Zawahiri estejam refugiados entre o Afeganistão e o Paquistão, numa região onde os governos de ambos os países têm dificuldade de atuação. A recompensa por Al Zawahiri é de US$ 25 milhões.
Sob pressão dos EUA, o Paquistão tem agido em seu lado da fronteira, no Vaziristão, mas a operação desta semana é a maior desde o final de 2001, quando teve início a intervenção americana no Afeganistão. Pelo menos 43 pessoas -17 soldados e 26 supostos militantes- já teriam morrido.
O porta-voz do Exército paquistanês, Shaukat Sultan, negou-se ontem a confirmar se Al Zawahiri está na região cercada, que inclui várias vilas do Vaziristão. "O tipo de resistência, de preparação das posições de defesa e os abrigos existentes nos levam a crer que há algum objetivo de alto valor no local", disse Sultan. "Não temos confirmação de que ele esteja lá", disse Condoleezza Rice, assessora de Segurança Nacional dos EUA.
Segundo um porta-voz do Taleban chamado Abdul Samadm, que telefonou para a agência de notícias Associated Press, Al Zawahiri e Bin Laden estariam a salvo no Afeganistão: "Muçulmanos de todo o mundo, não se preocupem, eles estão bem".
As tropas paquistanesas recebiam ajuda de cerca de uma dúzia de militares americanos, nas áreas de inteligência e de coordenação, e esperavam vencer a resistência "nas próximas 48 horas".
Centenas de moradores fugiam da área, inclusive feridos, como as irmãs Haseena, 10, e Asmeena, 2, atingidas por estilhaços de bombas. Um irmão de 12 anos teria morrido quando a casa da família foi atingida por um morteiro.


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