São Paulo, sábado, 20 de março de 2004

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EUA

Fígado, estômago, pâncreas, intestinos, baço e rins são transplantados para bebê

Menina italiana recebe oito órgãos

CORALIE CARLSON
DA ASSOCIATED PRESS, EM MIAMI

Uma menina italiana que recebeu oito órgãos novos numa única cirurgia de transplante apareceu em público ontem, em Miami (EUA), onde fez a operação.
"O maior sentimento dela é felicidade", disse um médico que fazia as vezes de intérprete para Monica Di Matteo, 39, mãe da menina Alessia di Matteo, de sete meses. Sobre o futuro da filha, disse ele, a mãe "tem a esperança de que ela possa levar uma vida normal".
Alessia nasceu em Gênova, na Itália, com uma desordem congênita dos músculos lisos que não permitia o funcionamento normal do estômago, do intestino e dos rins. Se não for tratada, a doença é fatal.
Seis semanas atrás, no Hospital Memorial Jackson, a menina foi submetida a uma cirurgia em que recebeu novos fígado, estômago, pâncreas, intestino delgado, intestino grosso, baço e dois rins. Todos os órgãos foram retirados de um mesmo doador e transplantados em conjunto, disse Andreas Tzakis, o chefe da equipe que operou a menina.
Tzakis disse que os médicos tomarão muito cuidado com Alessia durante o primeiro ano após a cirurgia. A menina deve ficar em Miami por várias semanas, sob observação médica. "Não estamos tranqüilos em relação à condição do bebê. Vamos passar o primeiro ano bastante receosos", disse o cirurgião.

Cirurgia de 12 horas
Uma equipe de transplantes da Universidade de Miami realizou a cirurgia, que levou 12 horas, em 31 de janeiro, quando Alessia tinha seis meses de idade, no Hospital Memorial Jackson.
O transplante representou um recorde para o hospital, um dos principais centros mundiais de cirurgias multiviscerais, tendo realizado quase cem nos últimos dez anos, disse Tzakis. Segundo ele, mais de 80% dos pacientes sobrevivem depois do primeiro ano após a cirurgia.
Autoridades informaram que o recorde anterior para um transplante múltiplo de órgãos era de outra italiana, Eugenia Borgo, que recebeu sete órgãos em 1997, quando era bebê. Hoje ela é aluna de uma escola de primeiro grau e é saudável, disse Tzakis.
O médico contou que, antes do transplante, Alessia vivia no hospital e sofria infecções múltiplas. No momento, ela pesa 5,8 kg e está sendo alimentada por um tubo, mas já saiu da UTI.


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