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EUA
Fígado, estômago, pâncreas, intestinos, baço e rins são transplantados para bebê
Menina italiana recebe oito órgãos
CORALIE CARLSON
DA ASSOCIATED PRESS, EM MIAMI
Uma menina italiana que recebeu oito órgãos novos numa única cirurgia de transplante apareceu em público ontem, em Miami
(EUA), onde fez a operação.
"O maior sentimento dela é felicidade", disse um médico que fazia as vezes de intérprete para
Monica Di Matteo, 39, mãe da
menina Alessia di Matteo, de sete
meses. Sobre o futuro da filha,
disse ele, a mãe "tem a esperança
de que ela possa levar uma vida
normal".
Alessia nasceu em Gênova, na
Itália, com uma desordem congênita dos músculos lisos que não
permitia o funcionamento normal do estômago, do intestino e
dos rins. Se não for tratada, a
doença é fatal.
Seis semanas atrás, no Hospital
Memorial Jackson, a menina foi
submetida a uma cirurgia em que
recebeu novos fígado, estômago,
pâncreas, intestino delgado, intestino grosso, baço e dois rins.
Todos os órgãos foram retirados
de um mesmo doador e transplantados em conjunto, disse Andreas Tzakis, o chefe da equipe
que operou a menina.
Tzakis disse que os médicos tomarão muito cuidado com Alessia durante o primeiro ano após a
cirurgia. A menina deve ficar em
Miami por várias semanas, sob
observação médica. "Não estamos tranqüilos em relação à condição do bebê. Vamos passar o
primeiro ano bastante receosos",
disse o cirurgião.
Cirurgia de 12 horas
Uma equipe de transplantes da
Universidade de Miami realizou a
cirurgia, que levou 12 horas, em 31
de janeiro, quando Alessia tinha
seis meses de idade, no Hospital
Memorial Jackson.
O transplante representou um
recorde para o hospital, um dos
principais centros mundiais de cirurgias multiviscerais, tendo realizado quase cem nos últimos dez
anos, disse Tzakis. Segundo ele,
mais de 80% dos pacientes sobrevivem depois do primeiro ano
após a cirurgia.
Autoridades informaram que o
recorde anterior para um transplante múltiplo de órgãos era de
outra italiana, Eugenia Borgo, que
recebeu sete órgãos em 1997,
quando era bebê. Hoje ela é aluna
de uma escola de primeiro grau e
é saudável, disse Tzakis.
O médico contou que, antes do
transplante, Alessia vivia no hospital e sofria infecções múltiplas.
No momento, ela pesa 5,8 kg e está sendo alimentada por um tubo,
mas já saiu da UTI.
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