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Diálogo entre Hamas e Fatah não avança
DA REUTERS
Negociações mediadas pelo
Egito para reconciliar os grupos palestinos Hamas e Fatah
terminaram ontem sem acordo
sobre a formação de um governo de união nacional, o que
ameaça solapar os esforços pela
reconstrução da faixa de Gaza.
Segundo o governo egípcio, o
diálogo será retomado na próxima semana, com base no
principal avanço obtido em dez
dias de conversas no Cairo: o
acordo para a convocação de
eleições presidenciais e legislativas em janeiro de 2010.
Mas divergências travaram o
acordo sobre a composição de
um gabinete. O laico Fatah, que
controla a Autoridade Nacional
Palestina, exige que o Hamas
endosse todos os acordos firmados com Israel. Mas o grupo
islâmico resiste a reconhecer
oficialmente o Estado judeu.
Hamas e Fatah estão rompidos desde junho de 2007, quando o grupo islâmico, vencedor
das legislativas de 2006, expulsou o rival de Gaza por divergências sobre o controle das
forças de segurança. Com a disputa, o governo do Fatah, reconhecido pelo Ocidente, ficou
restrito à Cisjordânia.
Da reconciliação depende a
viabilidade da reconstrução de
Gaza. Aos EUA e à União Europeia interessa que o governo seja composto por tecnocratas
não ligados oficialmente ao Hamas. Washington e Bruxelas
classificam o grupo islâmico
como "terrorista" e se negam a
enviar recursos a um governo
com sua participação.
O sucesso da reconciliação
poderia ainda dar impulso às
negociações, também mediadas pelo Cairo, por um cessar-fogo permanente entre Israel e
o Hamas. Entre as exigências
israelenses para a reabertura
das fronteiras de Gaza está a libertação do cabo Gilad Shalit,
refém do grupo islâmico no território palestino há três anos.
O Exército israelense prendeu ontem dez líderes do Hamas na Cisjordânia, numa ação
que o grupo islâmico considerou "punição" pelo fracasso,
anteontem, das negociações
sobre troca de prisioneiros com
Israel. O Hamas exige a libertação de 1.200 palestinos encarcerados em prisões israelenses,
entre eles deputados do grupo
eleitos em 2006.
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