São Paulo, sábado, 20 de março de 2010

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Google deve fechar o seu site na China, relata jornal

Medida, citada na mídia local, é reação a caso de espionagem no serviço Gmail

Empresa não confirmou ontem o fim do google.cn; "Financial Times" diz que companhia tentará manter outras operações na China


DA REDAÇÃO

O Google deve anunciar, na próxima segunda-feira, o fim das operações de sua ferramenta de busca na China a partir de 10 de abril, noticiou ontem o jornal "China Business News" citando fontes da empresa americana, que há dois meses mantém uma disputa com Pequim envolvendo espionagem.
Em janeiro, o Google relatou um "ataque sofisticado contra nossa infraestrutura originado na China", cujo objetivo seria acessar "contas do Gmail de ativistas de direitos humanos". Em retaliação, a empresa disse que pararia de censurar os resultados em sua ferramenta de busca -exigência de Pequim- e ameaçou deixar o país.
O embate evoluiu à esfera diplomática: a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu apuração do caso e criticou a censura chinesa à web. No mês passado, o governo chinês negou estar por trás dos ciberataques e disse que "as empresas estrangeiras devem respeitar as leis da China".
A informação sobre o fim do google.cn foi dada por empregados da empresa na China, mas não foi confirmada pelo próprio Google. No entanto, segundo o "Financial Times", também citando fontes que pediram anonimato, a empresa tentará manter negócios significativos na China -por exemplo em desenvolvimento de produtos e publicidade on-line- mesmo se encerrar a ferramenta de buscas. Há dúvidas quanto a se Pequim permitirá a manutenção de tais operações.
Se confirmada, a saída do Google deixará o mercado de internet chinês -o maior do mundo- quase totalmente nas mãos de empresas locais.
O caso se tornou mais um entre diversos pontos de tensão recentes entre China e EUA -os outros são as divergências quanto ao câmbio artificial do yuan, a visita do dalai-lama ao presidente Barack Obama e a venda de armamentos americanos a Taiwan, além de trocas de acusações mútuas por conta do fracasso da cúpula climática.

Com "Financial Times"



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