São Paulo, domingo, 20 de março de 2011

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Coalizão inicia bombardeio contra Gaddafi

EUA, Reino Unido e França realizam primeiros ataques para deter ofensiva do ditador da Líbia contra rebeldes

Caças franceses fizeram operações na região de Benghazi; americanos e britânicos dispararam 110 mísseis em 20 alvos

Nathan Pappas/Reuters
Navio militar dos EUA no Mediterrâneo dispara contra Líbia

DE SÃO PAULO

A coalizão formada por EUA, França e Reino Unido e aliados iniciou ontem a operação militar contra forças do ditador Muammar Gaddafi para impor zona de exclusão aérea na Líbia e deter ofensiva contra os rebeldes líbios.
O primeiro ataque foi realizado por volta das 13h45 (horário de Brasília) por um caça da Força Aérea francesa e alvejou um veículo militar líbio nos arredores de Benghazi, o principal bastião rebelde.
Logo depois, a operação foi reforçada pelos disparos de embarcações americanas e de um submarino do Reino Unido no mar Mediterrâneo.
E, nas primeiras horas de hoje (horário local), aviões britânicos realizaram terceira onda de bombardeios, em Trípoli. As forças de Gaddafi reagiram disparando baterias de artilharia antiaérea.
O Departamento de Estado americano disse que foram disparados mais de 110 mísseis de cruzeiro Tomahawk contra pelo menos 20 alvos.
Os disparos danificaram "severamente" as defesas líbias, segundo Washington.
A França colocou em operação 20 aviões militares para patrulhar área de 100 km por 150 km em Benghazi.
Não havia relato de operação aérea americana até o fechamento desta edição.
Participam ainda da coalizão Canadá, Itália e outros. Os árabes Qatar e Emirados Árabes Unidos também deverão participar de ações.
Segundo o Pentágono, os ataques de ontem foram os primeiros de uma operação de várias fases. O objetivo é inutilizar as defesas líbias e depois impedir que a Líbia realize ataques a rebeldes.
A imposição da chamada zona de exclusão aérea foi aprovada na quinta no Conselho de Segurança da ONU, após uma escalada no conflito e a perspectiva de um massacre contra os opositores.
O texto aprovado não prevê invasão por terra do país.
Os ataques só tiveram início, no entanto, após Gaddafi ignorar o ultimato feito pelas potências na véspera para que os ataques aos rebeldes cessassem imediatamente.
Após o início da operação, forças leais ao ditador líbio voltaram a alvejar Benghazi.

OBAMA NO BRASIL
Os ataques americanos à Líbia foram autorizados pelo presidente Barack Obama durante sua visita ao Brasil.
O americano disse que "o uso da força não é nossa primeira opção. Mas não podemos ficar parados quando tiranos dizem ao próprio povo que não haverá piedade".
Obama afirmou ainda se tratar de uma "operação militar limitada" e descartou uso de forças em terra na Líbia.
Lutando com guerras no Iraque e Afeganistão, os EUA relutavam em apoiar a missão, mas mudaram de posição com a piora do conflito.
Os EUA rejeitam, porém, liderar as ações, que deverão levar semanas, e afirmam que o seu papel será mais de apoio aos países aliados que atuarão na linha de frente.
A operação na Líbia é o primeiro ataque de forças ocidentais a um país árabe desde a invasão do Iraque, que ontem completou oito anos.


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