São Paulo, domingo, 20 de março de 2011

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Manigat promete dar ênfase à educação

DA ENVIADA A PORTO PRÍNCIPE

"Ban"m Man Man"m", dizem faixas, em verde, em Porto Príncipe. "Me dá minha mãe", na tradução do creole, é o slogan da especialista em direito constitucional formada na Sorbonne Mirlande Manigat. A candidata do conservador Reunião dos Democratas Nacionais Progressistas (RDNP) à Presidência do Haiti, de 70 anos, promete um "capitalismo com rosto humano".
Promete também ênfase na educação -não existe sistema público em nenhum nível e a taxa de analfabetismo alcança mais de 70%.
"É a mulher certa no lugar certo", se entusiasma Papillon Yléus, 25, de um grupo de voluntários universitários que faziam campanha em Porto Príncipe, na quinta.
Apesar do laço francófilo, "Madame Manigat" diz que quer reforçar os laços do Haiti da América Latina.
Em contraste com seu oponente, ela fala pausado e baixo. O estilo ameno parece ser a aposta para fazer alianças -tácitas ou públicas, inclusive com as forças no Parlamento do Inité, partido do atual presidente René Préval.

APROXIMAÇÃO
Ela disse, por exemplo, que poderia convidar o ex-presidente Jean-Bertrand Aristide para ser seu conselheiro em temas de educação. Entre seus apoiadores, estão nome ligados ao Lavalas, de Aristide.
A aproximação com setores ligados ao ex-presidente é a estratégia para tentar ultrapassar Michel Martelly. A última pesquisa Brides -questionada, mas usada como referência-, mostra a ex-primeira-dama com 46,6% contra 53% de Martelly.
Os neolaços podem também servir para compor um eventual futuro governo -no Haiti presidencialista, o presidente tem de fazer maioria para eleger um premiê no Parlamento. Outra vantagem da candidata é a maior capilaridade no interior, por meio do partido e aliados.
Como seu adversário, não tem experiência em cargos executivos. Seu marido, Leslie, foi presidente por poucos meses em 1988, numa eleição ainda sob a influência da ditadura Duvalier. Em 2006, foi eleita senadora, mas decidiu não assumir o cargo.(FM)


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