São Paulo, domingo, 20 de março de 2011

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Cantor popular quer restaurar força militar

DA ENVIADA A PORTO PRÍNCIPE

Novato na política haitiana, o cantor de kompa (o mais popular ritmo local) Michel Martelly, 50, explora a imagem de desafiante, mas faz uma profissional e azeitada campanha à Presidência.
É assessorado por uma experiente empresa de marketing baseada em Miami -que já trabalhou para John McCain (EUA), para Felipe Calderón (México) e para o PP espanhol. Atraiu para si boa parte da diminuta elite empresarial e tradicional.
Segundo as pouco confiáveis pesquisas de opinião, o "Tèt Kale" (careca) é o favorito na disputa, especialmente por ter arrebatado os mais jovens das zonas urbanas.
Se, no primeiro turno, Martelly investiu na formação de uma imagem "presidenciável", na reta final ele contrabalançou essa ofensiva com o que sabe melhor: cantar e entreter.
No debate na TV contra Mirlande Manigat, fez questão de falar em francês -uma marca dos formalmente escolarizados no país envergonhado de seu creole.
Na última quinta, ao lado do rapper haitiano-americano Wyclef Jean, ele cantou e dançou para milhares de pessoas num palco montado em Champ de Mars, no miolo de Porto Príncipe.
(Atrás do palco, uma grande tenda com luz indireta e sofás brancos, era a área VIP da campanha.)
O estilo desbocado e por vezes agressivo -como no vídeo em que ele ameaça sexualmente o ex-presidente Jean-Bertrand Aristide- atrai tantas críticas como seus alegados laços com setores do duvalierismo.
Entre suas propostas mais polêmicas no país com mais de quatro décadas de regime militar está a reativação das Forças Armadas, desativadas por Aristide nos 90.
A proposta, ele diz, é fazer uma espécie de Guarda Nacional, com atribuições de defesa interna. Martelly, que tem a seu lado nomes historicamente ligados aos EUA e Canadá, afirma que em seu governo reforçará os laços com o Brasil.(FM)


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