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GAROTO EM DISPUTA
Ele terá de ficar no país até decisão final da Justiça; parentes comemoram
Corte veta saída de Elián dos EUA
das agências internacionais
Uma corte de apelação de
Atlanta ordenou ontem que o garoto cubano Elián González, 6,
deve permanecer nos EUA até
que seja julgado o mérito final de
um recurso de seu familiares em
Miami, que tentam mantê-lo definitivamente no país.
A decisão foi uma nova vitória
parcial na batalha jurídica travada
entre Lázaro González, tio-avô de
Elián, e o governo norte-americano, que defende a devolução do
menino ao pai e seu retorno a Cuba.
Não está claro, porém, se o veredicto de ontem impediria o governo de obrigar os parentes a entregar o garoto a seu pai, Juan Miguel González, que está nos arredores de Washington à espera de
uma definição para o caso.
A corte de apelação se negou a
expedir uma ordem para que o
menino seja entregue imediatamente a Juan Miguel, como havia
requisitado o governo norte-americano.
O pai de Elián já afirmou anteriormente que estaria disposto a
ficar com o filho nos EUA até a
decisão final da Justiça federal. A
próxima audiência está prevista
para o início de maio.
A Justiça terá de decidir se acata
determinação do Serviço Nacional de Imigração -que considera
ilegal a presença de Elián no país e
diz que ele deve voltar com seu
pai a Cuba- ou se dá razão ao recurso de Lázaro González, que
quer a realização de uma audiência para que seja discutida a possibilidade de os EUA darem asilo ao
menino.
Elián sobreviveu a um naufrágio, em novembro do ano passado, e foi encontrado boiando sobre um pneu na costa da Flórida.
Sua mãe e padrasto morreram
após a embarcação que os levava
como imigrantes ilegais de Cuba
aos EUA ter afundado.
Os familiares de Elián e manifestantes cubano-americanos comemoraram a decisão da corte
com bandeiras cubanas e fazendo
com os dedos o "V" da vitória.
Centenas de pessoas têm se reunido diariamente ao redor da casa
dos González em apoio à permanência de Elián. Elas afirmam
que, de volta a Havana, o garoto
seria doutrinado pela política do
ditador Fidel Castro.
O governo cubano -que tem
convocado atos de mais de 100
mil pessoas pelo retorno do garoto- e o pai de Elián dizem que ele
já está sendo vítima de doutrinação política em Miami.
Anteontem, um pediatra que
aconselha o governo dos EUA no
caso disse que as autoridades deveriam "resgatá-lo" da casa de
seus parentes porque ele estaria
sofrendo graves "abusos psicológicos".
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