São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

GAROTO EM DISPUTA
Ele terá de ficar no país até decisão final da Justiça; parentes comemoram
Corte veta saída de Elián dos EUA

das agências internacionais

Uma corte de apelação de Atlanta ordenou ontem que o garoto cubano Elián González, 6, deve permanecer nos EUA até que seja julgado o mérito final de um recurso de seu familiares em Miami, que tentam mantê-lo definitivamente no país.
A decisão foi uma nova vitória parcial na batalha jurídica travada entre Lázaro González, tio-avô de Elián, e o governo norte-americano, que defende a devolução do menino ao pai e seu retorno a Cuba.
Não está claro, porém, se o veredicto de ontem impediria o governo de obrigar os parentes a entregar o garoto a seu pai, Juan Miguel González, que está nos arredores de Washington à espera de uma definição para o caso.
A corte de apelação se negou a expedir uma ordem para que o menino seja entregue imediatamente a Juan Miguel, como havia requisitado o governo norte-americano.
O pai de Elián já afirmou anteriormente que estaria disposto a ficar com o filho nos EUA até a decisão final da Justiça federal. A próxima audiência está prevista para o início de maio.
A Justiça terá de decidir se acata determinação do Serviço Nacional de Imigração -que considera ilegal a presença de Elián no país e diz que ele deve voltar com seu pai a Cuba- ou se dá razão ao recurso de Lázaro González, que quer a realização de uma audiência para que seja discutida a possibilidade de os EUA darem asilo ao menino.
Elián sobreviveu a um naufrágio, em novembro do ano passado, e foi encontrado boiando sobre um pneu na costa da Flórida. Sua mãe e padrasto morreram após a embarcação que os levava como imigrantes ilegais de Cuba aos EUA ter afundado.
Os familiares de Elián e manifestantes cubano-americanos comemoraram a decisão da corte com bandeiras cubanas e fazendo com os dedos o "V" da vitória.
Centenas de pessoas têm se reunido diariamente ao redor da casa dos González em apoio à permanência de Elián. Elas afirmam que, de volta a Havana, o garoto seria doutrinado pela política do ditador Fidel Castro.
O governo cubano -que tem convocado atos de mais de 100 mil pessoas pelo retorno do garoto- e o pai de Elián dizem que ele já está sendo vítima de doutrinação política em Miami.
Anteontem, um pediatra que aconselha o governo dos EUA no caso disse que as autoridades deveriam "resgatá-lo" da casa de seus parentes porque ele estaria sofrendo graves "abusos psicológicos".


Texto Anterior: Hackers: Mafiaboy, 15, é preso por ação na Internet
Próximo Texto: Tragédia no ar: Filipinos procuram causas do desastre aéreo que matou 131
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.