São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 2005

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O divórcio entre a igreja e a sociedade moderna vai se aprofundar com Bento 16?
Depois de suscitar enxurradas de críticas, as posições tomadas pelo Vaticano contra a pílula anticoncepcional, a camisinha, a fertilização in vitro ou a reprodução assistida acabaram por distanciar a igreja de gerações inteiras de casais, além de provocar o espanto dos meios científicos. Em questões como a contracepção e o divórcio, a desobediência dos fiéis beira a insubmissão. A essa indisciplina se soma um crescente ceticismo com relação às verdades tradicionais da fé. Dogmas como o da ressurreição ou a definição de Jesus Cristo como "filho de Deus" não são mais vistos como inquestionáveis. Tendo aprendido as lições de uma história pela qual João Paulo 2º pediu perdão em várias instâncias, a Igreja deixou de reivindicar o monopólio da verdade. Mas o desafio maior que será colocado a seu sucessor é justamente essa mudança de universo religioso que se expressa pela ascensão do individualismo e do "relativismo" tantas vezes denunciado pelo cardeal Ratzinger. Qual é a alternativa? A Igreja poderia mudar sua posição quanto a alguns princípios fundamentais de sua moral familiar? O novo papa terá como tarefa responder a essa interrogação.


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