São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 2005

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Relação com judeus e islã deve se aprofundar durante o novo papado?
João Paulo 2º foi a força motriz de encontros sem precedentes de todos os grandes líderes religiosos em Assis (Itália) e abriu o caminho para o reencontro com o judaísmo, o islamismo e o budismo. O "espírito de Assis" prega que, ao procurar a verdade de outras tradições, o catolicismo torna-se mais profundo. João Paulo 2º repetiu essa evidência com relação aos judeus, "irmãos mais velhos" dos cristãos. Frisou a ligação histórica existente entre judaísmo e cristianismo e fez esforços para que a igreja expurgasse qualquer alusão contrária aos judeus. Reconheceu o Estado de Israel após anos de tergiversações. O documento sobre o Holocausto, de 1998, mostrou, porém, que a igreja estava longe de assumir posição clara sobre suas responsabilidades em relação ao extermínio dos judeus. O espaço do diálogo estará mais aberto com o islã? Os atentados anticristãos na Argélia e os ataques de 11 de setembro só reforçam o ceticismo. João Paulo 2º dizia que o caminho era encorajar líderes muçulmanos moderados. O mais provável é que seu sucessor siga o mesmo caminho.

Tradução de Clara Allain


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