São Paulo, segunda-feira, 20 de abril de 2009

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entrevista

"CNA ainda é voz de pobres", diz ministro

DO ENVIADO A JOHANNESBURGO

Ministro da Fazenda sul-africano há 13 anos, Trevor Manuel afirmou à Folha que a crise mundial não impedirá o cumprimento das promessas de campanha do CNA. Ele nega que Jacob Zuma seja um populista econômico.
Um dos poucos não negros no governo, o mestiço tem o apoio da banca internacional. São grandes as chances de que ele permaneça no cargo. (FZ)

 

FOLHA - Em meio à crise, o CNA está criando grande expectativa de melhorar os serviços públicos. Como será feito?
TREVOR MANUEL -
A África do Sul está sendo menos afetada do que muitas economias. Não estou dizendo que estamos ilesos, nenhum país ficará. Os pobres não têm outra opção além de depender de serviços públicos, e o CNA continua a ser a sua voz.

FOLHA - De onde virão os recursos?
MANUEL -
Nosso déficit fiscal, de 3,8% do PIB, é facilmente administrável. Com essa política fiscal, poderemos melhorar os serviços públicos sem colocar o país e gerações futuras em risco.

FOLHA - Há um receio nos mercados internacionais de que Zuma será um populista econômico. Ele tem comunistas em sua coligação...
MANUEL -
Sempre houve comunistas no governo.

FOLHA - São mais influentes hoje?
MANUEL -
Não vejo o que tenha mudado, ou o que vá mudar. Manteremos a política de responsabilidade.

FOLHA - Vê mudança na gestão econômica com relação ao governo Mbeki?
MANUEL -
Espere até o presidente assumir e você verá quem ele nomeará. Zuma tem o costume de cercar-se de pessoas extremamente hábeis.

FOLHA - Nos últimos 15 anos, o que mudou na África do Sul?
MANUEL -
Pergunte aos pobres, que continuam a votar no CNA. Eles vão mostrar a você o que aconteceu em suas vidas.

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