São Paulo, segunda-feira, 20 de abril de 2009

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Violência ameaça eleição na região central do Haiti

Pleito foi suspenso em um dos departamentos

LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma onda de incidentes violentos no Haiti ontem causou a suspensão das eleições no departamento Plateau Central, no centro do país, anunciou o presidente do CEP (Conselho Eleitoral Provisional) haitiano, Frantz-Gérard Verret. A votação vai renovar um terço dos membros do Senado.
Na cidade de Mirebalais, um funcionário eleitoral foi baleado por pessoas não identificadas, que levaram as urnas e fecharam locais de votação, informaram rádios haitianas.
Em Saut d'Eau homens armados tomaram de assalto um centro eleitoral e roubaram material de votação.
Na capital, Porto Príncipe, grupos armados distribuíram panfletos que diziam que quem saísse de casa seria morto nas ruas. Exemplares dos panfletos foram apreendidos por militares brasileiros da Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti), disse o coronel Gerson Gomes.
Havia pouco movimento nas ruas ontem, e o comparecimento às sessões de votação foi muito baixo, conforme disse à Folha um oficial da Polícia Nacional do Haiti.
Um veículo que levava armas e cédulas de votação foi interceptado e seu condutor foi detido pela polícia.
"Pessoas que circulam em veículos estão disparando diante de meu hotel e em outros bairros da cidade", disse a senadora Edmonde Beuzile, que acusou partidários do governo de apoiar os distúrbios. Porém, oficialmente não houve registro de ataques à polícia ou às tropas da ONU na capital até a tarde de ontem.
As forças de paz brasileiras não estão atuando na proteção dos centros eleitorais. Essa tarefa está sendo realizada pela polícia haitiana.
O clima de tensão para as eleições do senado havia piorado em março, quando todos os candidatos do partido Lavalas, do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, foram proibidos pelo CEP de participar do pleito por não cumprir a lei eleitoral. Membros do partido -que hoje está dividido em três facções majoritárias- passaram então a promover o boicote às eleições de domingo.
No Plateau Central, seis candidatos, entre os quais apoiadores do governo, disputam uma cadeira vaga no Senado.
Cerca de 4,5 milhões de eleitores foram chamados às urnas para eleger 13 senadores entre os 78 candidatos ao posto.


Com agências internacionais

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