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Violência ameaça eleição na região central do Haiti
Pleito foi suspenso em um dos departamentos
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma onda de incidentes violentos no Haiti ontem causou a
suspensão das eleições no departamento Plateau Central,
no centro do país, anunciou o
presidente do CEP (Conselho
Eleitoral Provisional) haitiano,
Frantz-Gérard Verret. A votação vai renovar um terço dos
membros do Senado.
Na cidade de Mirebalais, um
funcionário eleitoral foi baleado por pessoas não identificadas, que levaram as urnas e fecharam locais de votação, informaram rádios haitianas.
Em Saut d'Eau homens armados tomaram de assalto um
centro eleitoral e roubaram
material de votação.
Na capital, Porto Príncipe,
grupos armados distribuíram
panfletos que diziam que quem
saísse de casa seria morto nas
ruas. Exemplares dos panfletos
foram apreendidos por militares brasileiros da Minustah
(Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti), disse o coronel Gerson Gomes.
Havia pouco movimento nas
ruas ontem, e o comparecimento às sessões de votação foi
muito baixo, conforme disse à
Folha um oficial da Polícia Nacional do Haiti.
Um veículo que levava armas
e cédulas de votação foi interceptado e seu condutor foi detido pela polícia.
"Pessoas que circulam em
veículos estão disparando diante de meu hotel e em outros
bairros da cidade", disse a senadora Edmonde Beuzile, que
acusou partidários do governo
de apoiar os distúrbios. Porém,
oficialmente não houve registro de ataques à polícia ou às
tropas da ONU na capital até a
tarde de ontem.
As forças de paz brasileiras
não estão atuando na proteção
dos centros eleitorais. Essa tarefa está sendo realizada pela
polícia haitiana.
O clima de tensão para as
eleições do senado havia piorado em março, quando todos os
candidatos do partido Lavalas,
do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, foram proibidos
pelo CEP de participar do pleito por não cumprir a lei eleitoral. Membros do partido -que
hoje está dividido em três facções majoritárias- passaram
então a promover o boicote às
eleições de domingo.
No Plateau Central, seis candidatos, entre os quais apoiadores do governo, disputam uma
cadeira vaga no Senado.
Cerca de 4,5 milhões de eleitores foram chamados às urnas
para eleger 13 senadores entre
os 78 candidatos ao posto.
Com agências internacionais
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