São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 2011

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Síria anuncia fim da lei de exceção, mas cerco segue

Protestos poderão ser reprimidos "em nome da estabilidade", diz regime

Manifestantes exigem liberdades políticas e retornam às ruas; polícia teria matado pelo menos mais três

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O governo da Síria anunciou ontem o fim da lei de emergência em vigor há 48 anos no país, atendendo a uma das principais reivindicações dos manifestantes que vêm protestando contra o regime em várias cidades.
Mas, num sinal de que há poucas chances de verdadeiras concessões por parte do governo, também foi lançada uma advertência alertando que protestos não autorizados pelo regime serão severamente reprimidos "em nome da segurança do povo e da estabilidade do país".
Segundo o Ministério do Interior, quem quiser se manifestar terá de pedir autorização ao governo -o que, segundo os oposicionistas, equivale a manter o status quo de restrições às liberdades políticas impostas na lei de emergência.
Num desafio aberto ao regime do ditador Bashar Assad, milhares de pessoas foram às ruas de várias cidades para protestar logo após o anúncio da revogação da lei pela TV estatal.
Os manifestantes dizem que a mudança na lei é apenas cosmética e exigem que sejam atendidas outras reivindicações, como libertação de presos políticos e a instauração de um sistema democrático e multipartidário.
Militantes de direitos humanos dizem que ao menos três manifestantes foram mortos pela polícia em Homs, um dos epicentros da revolta popular
Também há relatos de repressão violenta em Banias.
Os protestos na Síria, inspirados nas revoltas que derrubaram ditadores na Tunísia e no Egito no início do ano, já deixaram ao menos 200 mortos e centenas de feridos, segundo ONGs de direitos humanos.
O regime de Bashar Assad, um ditador laico membro da minoria xiita alauíta, atribui os protestos a grupos manipulados pela rede terrorista Al Qaeda, sunita.
Embora a Síria não seja rica nem populosa, o país tem peso geopolítico considerável, já que tem forte influência sobre o vizinho Líbano e é o maior aliado do Irã no Oriente Médio.


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