São Paulo, segunda-feira, 20 de maio de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Palestino vestindo uniforme militar israelense detonou explosivos em mercado de Netania; 56 ficaram feridos

Nova ação suicida em Israel deixa 3 mortos

Reuters
Israelense ferido aguarda atendimento médico após atentado suicida em mercado na cidade de Netania, ao norte de Tel Aviv


DA REDAÇÃO

Um palestino vestindo uniforme militar israelense repleto de explosivos entrou no mercado central de Netania (cidade litorânea ao norte de Tel Aviv) e detonou os artefatos, matando dois israelenses e deixando 56 feridos, alguns em estado grave. O autor do atentado também morreu.
O ataque traz a possibilidade de retaliação. O governo do primeiro-ministro Ariel Sharon não revidou após o último atentado, em Rishon Letzion, mas agora deve ser pressionado para agir.
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) afirmou sua "total condenação ao ataque terrorista que atingiu civis israelenses".
A cidade de Netania fica a apenas 15 km da Cisjordânia. Foi nela o ataque que detonou a maior ofensiva de Israel contra território palestino desde a guerra de 1967. No último dia 27 de março, um homem-bomba matou 29 israelenses e deixou 140 feridos durante comemoração num hotel da cidade, na noite da Páscoa Judaica.
No início de maio, Israel encerrou ofensiva nos territórios palestinos que visava destruir a infra-estrutura terrorista. Desde então, o esforço pró-paz ganhava força.
No último atentado terrorista, em 7 de maio, Israel ameaçou retaliar com um ataque à faixa de Gaza -poupada em sua ofensiva de março e abril, que se concentrou na Cisjordânia. Entretanto, sob pressão dos EUA e de outros países, Israel suspendeu a ação.
Naquele atentado, um integrante do grupo extremista islâmico Hamas matou 15 israelenses em um clube de bilhar em Rishon Letzion (15 km ao sul de Tel Aviv).
"Qualquer pessoa que tenha pensado que a campanha de terror dos palestinos foi encerrada está completamente enganada", afirmou David Baker, funcionário do gabinete de Sharon.
"A campanha continua a pleno vapor, assim como a batalha de Israel contra o terror", disse.
Algumas horas depois do atentado, tanques israelenses foram vistos entrando em Ramallah, cidade da Cisjordânia em que fica o quartel-general do líder palestino Iasser Arafat. Em Nablus, na Cisjordânia, homens armados e mascarados desfilaram com alto-falantes, assumindo a responsabilidade pelo atentado em nome do grupo extremista Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP).
Entretanto, pouco depois do ataque, a agência de notícias "France Presse" recebeu uma ligação anônima na qual o Hamas reivindicava o atentado.
Em Washington, o vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, disse: "Penso que claramente há um tipo de ataque sobre o qual Arafat não tem nenhuma autoridade". Mas, em entrevista dada à TV NBC, o vice-presidente afirmou que "já houve ataques feitos por elementos de organizações palestinas sob o seu controle e, nesses casos, Arafat claramente teria capacidade de agir".
Já a conselheira para assuntos de segurança nacional dos EUA, Condoleezza Rice, foi mais diplomática. "Quando algo assim acontece, reafirma que o processo [de paz] deve continuar."


Com agências internacionais

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