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Metade dos argentinos não sabe quais cargos vão às urnas em junho
Analista culpa tática do governo, de ter candidatos que não devem assumir, por confusão no eleitorado
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
A estratégia eleitoral do governo argentino, que adiantou
o pleito legislativo em quatro
meses e promove candidatos
que não devem assumir os cargos, criou confusão nos eleitores do país -47% dos argentinos não sabem quais os postos
em disputa em 28 de junho.
A conclusão é de estudo do
Copub (Centro de Opinião Pública) da Universidade de Belgrano. Questionados sobre o
que se vota em junho, apenas
53% dos entrevistados responderam corretamente: deputados federais e senadores. Nas
eleições legislativas de 2005,
esse índice chegava a 70%.
A eleição de junho renova
metade dos deputados e um
terço do Senado, além de Legislativos provinciais e municipais. Em março, a presidente
Cristina Kirchner anunciou a
antecipação do pleito, como
forma de encurtar disputas políticas em meio à crise mundial.
Analistas viram na iniciativa
uma tentativa de driblar problemas como crise econômica,
articulação da oposição, perda
de aliados e de popularidade.
Há dez dias, o governo lançou
outra tática: colocou todas as
suas forças no principal distrito
eleitoral do país, a Província de
Buenos Aires, com candidaturas a deputado do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-07) e
do governador Daniel Scioli,
além de postulações a vereador
de prefeitos governistas.
Para Orlando D'Adamo, do
Copub, são elementos que "fazem a eleição mais confusa do
que o habitual". "Há grande desinteresse e desconfiança."
A maioria (53%) dos entrevistados disse discordar da postulação de Kirchner -setores
da oposição questionam a candidatura por suposta irregularidade de domicílio eleitoral.
Outros 34% disseram aprová-la
se a lei permitir. A tática de candidatos que eventualmente não
assumirão foi reprovada por
49% dos ouvidos.
A pesquisa aponta ainda que
cresceu o percentual de "voto
de plebiscito": motivado por
apoio ou oposição ao governo
federal. Cerca de um terço dos
ouvidos disse votar para se
opor ao governo (17%) ou para
respaldar a gestão atual (14%).
Na pesquisa de 2005, esses percentuais eram irrisórios.
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