São Paulo, quarta-feira, 20 de maio de 2009

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Metade dos argentinos não sabe quais cargos vão às urnas em junho

Analista culpa tática do governo, de ter candidatos que não devem assumir, por confusão no eleitorado

THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

A estratégia eleitoral do governo argentino, que adiantou o pleito legislativo em quatro meses e promove candidatos que não devem assumir os cargos, criou confusão nos eleitores do país -47% dos argentinos não sabem quais os postos em disputa em 28 de junho.
A conclusão é de estudo do Copub (Centro de Opinião Pública) da Universidade de Belgrano. Questionados sobre o que se vota em junho, apenas 53% dos entrevistados responderam corretamente: deputados federais e senadores. Nas eleições legislativas de 2005, esse índice chegava a 70%.
A eleição de junho renova metade dos deputados e um terço do Senado, além de Legislativos provinciais e municipais. Em março, a presidente Cristina Kirchner anunciou a antecipação do pleito, como forma de encurtar disputas políticas em meio à crise mundial. Analistas viram na iniciativa uma tentativa de driblar problemas como crise econômica, articulação da oposição, perda de aliados e de popularidade.
Há dez dias, o governo lançou outra tática: colocou todas as suas forças no principal distrito eleitoral do país, a Província de Buenos Aires, com candidaturas a deputado do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-07) e do governador Daniel Scioli, além de postulações a vereador de prefeitos governistas.
Para Orlando D'Adamo, do Copub, são elementos que "fazem a eleição mais confusa do que o habitual". "Há grande desinteresse e desconfiança."
A maioria (53%) dos entrevistados disse discordar da postulação de Kirchner -setores da oposição questionam a candidatura por suposta irregularidade de domicílio eleitoral. Outros 34% disseram aprová-la se a lei permitir. A tática de candidatos que eventualmente não assumirão foi reprovada por 49% dos ouvidos.
A pesquisa aponta ainda que cresceu o percentual de "voto de plebiscito": motivado por apoio ou oposição ao governo federal. Cerca de um terço dos ouvidos disse votar para se opor ao governo (17%) ou para respaldar a gestão atual (14%). Na pesquisa de 2005, esses percentuais eram irrisórios.


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